FONTE: arquivo pessoal
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Afinal, meu animal silvestre regente é o cisne; apesar do fascínio mais antigo, por leões, me regem os cisnes brancos ou negros que, "caseiros", não perdem o estado de selvagem... tem algo de indomável, de livre, fascinante...
Para mim, o cisne representa coisas inalcançáveis, que admiro em pessoas. O silêncio sem concessões... Aquele silêncio que não é arrogante, não é arquitetado, estratégico... Um silêncio que não é mágoa ou ressentimento, não é nem mesmo isolamento do mundo, É apenas silêncio, a capacidade de se desligar dos sons e de tudo que os represente; um silêncio capaz de segurar o ar e tudo que nele está acorrentado.
Não são poucos aqueles que veem no cisne o signo da fidelidade, além da beleza e de outros predicados. E a fidelidade é algo sempre admirável, pois, por mais forte que seja, tem algo de esguio. A fidelidade que admiro é difícil de explicar, mas, como o cinema e a literatura explicam tudo, posso dizer que “Três enterros de Melquíades Estrada”, com Tommy Lee Jones, é capaz de dar cabo de boa parte da explicação sobre a fidelidade que me encanta. A obstinação subjetiva.
Já ouvira, disse, que o cisne é um animal fiel. Que, magnificamente, quando morre um “dos dois”, o outro guarda eterna viuvez. Isso não é coisa pouca... penso... Isso os põe junto com Dante, que foi estúpida e maravilhosamente fiel a uma Beatriz que criou de e sobre a Beatriz real.
Os leões são carnívoros. Penso o estado carnívoro como uma das insanidades humanas contrapostas na decisão de ser humano... Se pensarmos um pouco, de verdade, sobre o que é um frigorífico, sobre o que representa a morte animal em larga escala, para que possamos reinar absolutos no topo da cadeia alimentar, é possível amarmos mais as alfaces...
Já tentei ser vegetariano, infelizmente o resultado se mostrou muito pior que minhas tentativas de regime. O filme Matrix tem coisas demais para as pessoas se lembrarem coletivamente (aquilo de “você se lembra daquela cena...?”, “sim, sim... e você se lembra daquela outra em que...?”). Em Matrix, Cypher, golpeia de garfo um belíssimo bife mal passado e diz “eu sei que esse bife não existe...”, bem... a lembrança é tão válida que há vários blogs que falam sobre isso, e já ouvi vários cinéfilos amigos meus tocarem no assunto . E estou com o Cypher, embora contra minha vontade consciente. Adoraria ser vegetariano, comer brotos, sementes, folhas, flores e frutos e me sentir estomacalmente zen... Mas, um bife de alcatra, grosso, ao ponto, que seja, nem precisa ser mal passado... UAU!!!
Então o cisne é um excelente signo. E parte da essência desse magnífico ser será usado por mim em muitos de meus projetos signais. A ver com beleza e ética, talvez verdadeira base de toda fidelidade sana, saudável. Homens é o que somos, significados em cisnes e fidelidade ou em tudo o mais de qualidade que represente a ética no melhor que seja. Ao nos simbolizarmos em animais, não retrocedemos, evoluímos, em termos, se "vamos e voltamos para nós", em um trabalho magnífico de reflexão, de ótima produção de excelentes espelhos que são, em outro nome, a auto-crítica.
Antes de tudo, creio, precisamos, se não conseguirmos ao menos tentarmos para valer, ser fiéis a nós mesmos, pois o que fazemos fica escrito em algum lugar; nisso acredito, que somos homens da escrita, somos palavras, como "homens e não máquinas" e que tudo é e fica, de alguma forma, escrito.