NEXTTERES

NEXTTERES
NO PRÓXIMO TERERE SEMPRE UMA PROSA

sábado, 28 de junho de 2008

ALMA... O PRESENTE É FEITO NA FORÇA DO PASSADO... LEMBRANÇAS... ALMA

Fonte: http://www.sescsp.org.br/

Fonte: oblogdaarte.blogspot.com

Fonte: marcelotas.blog.uol.com.br

Fonte: br.geocities.com


Se olharmos as pessoas grandes demais perante nós, seja pelo conhecimento, realização material, ou qualquer outra característica, e desistirmos de investir no mesmo que ele investiu, mesmo atraídos pelos seus universos, seremos uns bostas.
Ninguém quer ser um bosta, nem os mais humildes. Essa resistência é que dá luz às nossas vidas, essa capacidade de percebermos, meio sem perceber, que tudo é como Nietzsche percebe de maneira mais profunda em suas análises filosóficas.
Tudo é uma repetição, mesmo nós somos uma repetição. E ainda assim continuamos a aprender, a desenvolver, a trabalhar...

Obviamente existe a identidade, detalhes que nos tornam sempre particulares. Mas não é disso que estou falando, estou falando acima destas particularidades. Também não estou falando dos sonhos, que são tão só nossos, mesmo parecidos com os dos outros. Eu falo de nosso enfrentamento no tocante às escolhas, no tocante às habilidades. E incentivo a intensidade a esse enfrentamento. Todos sabem que sou ateu no sentido de atendimento formal ou simpatia quanto à qualquer doutrina.
Todos que me conhecem sabem que tenho uma estranha crença em um particular Deus que guarda os deuses de todos e neles é tido. E que minha crença em deus é meio panteísta (só meio, eu disse), Deus está em todas as coisas e “em nenhuma delas” para que sejam livres. Creio que esse deus criador, apesar de não segurar a faca do assassino antes que esse cometa a perfídia, influencia num limite que só ele sabe qual é, e por isso as estranhezas são presentes e os cientistas são no final das contas limitados em suas explicações.
Embora eu prefira a ciência à religião, é justamente através da ciência que percebo a genialidade do aparelho intelectivo (mesmo que em nosso caso, humano, seja não muito –para alguns cientistas- mais que o mesmo dispositivo de defesa ou procura de recursos vitais existentes no radar de um bicho qualquer, de uma simples formiga, por exemplo), e percebo a genialidade intelectiva como chances de haver "deus" ou "deuses". Esse Deus (a natureza, sua lei primordial) protegerá sempre o aprendiz, o empreendedor... O protegerá em sua natureza de menor perante o maior, desde que compreenda a felicidade não como quantitativa... Nem sempre o mais habilidoso no violão, consegue dar mais prazer, e o principal: não é o mais habilidoso que sente mais prazer em sua habilidade.

Por isso, mesmo quando olho o tamanho e a intensidade de Leila Perrone, sua magia em construir um tipo magnífico de poesia quando todos que lêem ali não identificam a poesia formal, não arrefeço... penso em minha poesia, em meus cacos de lembranças e nas paixões que tenho em determinadas coisas... Leila Perrone diz sobre Barthes: “de Sade, Barthes gostava de lembrar os punhos de renda branca; de Fourier, os vasos de flores entre os quais caiu morto; de Loyola os belos olhos espanhóis... “BIOGRAFEMAS” , diz Leila...

Sabe, continuo convidando-os a errar, a criar, a mudar, a arriscar, a valorizar mais a busca de entender que a prisão pode ser liberdade e o contrário... E que tudo é permitido quando conseguimos estabelecer uma disciplina sem cartões de ponto... Comece por qualquer ponto e em qualquer ponto pare, mas não deixe de começar, e de recomeçar...

Quais teus biografemas? De que detalhes lembra de alguém? Lembra daquela xícara trincada? Daquele tipo de sorriso de sua tia? Lembra-se daqueles latões e peças de ferro amontoados? Lembra-se do dia em que acompanhou o vôo daquela borboleta que nunca esqueceu? Aqueles botões na gaveta, o vidro com pedras ou pequenos objetos? Daquele bichinho morto? Pois bem, essa é tua vida, é a alma que você vai levar...
Lembre-se das pessoas, das coisas, das particularidades e não tenhas medo de crescer o suficiente para calmamente errar e recomeçar... Para quem digo isso? Para aqueles que se tornarão de alguma forma minha família de sempiternos... Com os quais sempre aprenderei, e aos quais passarei o que sei, inclusive meus erros... E minha ambição? Estar entre os biografemas de alguns... de suas lembranças...

segunda-feira, 16 de junho de 2008

QUANTOS IRMÃOS TEMOS?

FONTE: newazambuja.nireblog.com

FONTE: Arquivo pessoal.

Jesus Cristo, Rousseau e outros iluminados, antes do nascimento humano desses dois, redefiniram o conceito de irmão. Aliás, eu, que tenho sérios problemas com conceituação, sinceramente tenho dificuldades em explicar exatamente o que sejam irmãos. Eu tive apenas um irmão consagüíneo de pai e mãe. Ele virou gaúcho, está em Porto Alegre e tira fotografias que são obras de arte, aqui em meu blog tem uma, é uma foto de uma árvore... que foto. Bem, meu pai se casou novamente e teve três filhos, portanto, meus irmãos foram ao número de quatro. Esses três, por circunstâncias de um de meus lados negros da força e acasos geográficos e pessoais, acabaram não vingando comigo uma relação que realmente eu gostaria de ter. Pena, sinceramente os estimo, são de ótimo caráter, e se tivéssemos natural proximidade, tenho certeza que muitos frutos resultariam. Mas o sangue determina muita coisa que se não o fosse, tudo seria diferente. Aí é que creio que alguns amigos se tornam muito mais que amigos, transformam-se em irmãos, em brothers, com os quais podemos realmente contar em qualquer situação, que nunca nos desampararão. Mas não é só isso de estender a mão. A vida não é feita somente de socorros, é também irmão não sanguíneo o parceirão de festas e divisão de conquistas efêmeras. Tive e tenho vários irmãos, e até alguns filhos não sanguíneos. Mas a blogada de hoje é singela, é para homenagear o maior irmão que tive, se considerar a condição do enfrentamento do tempo. Eu o conheci no primeiro quinqüênio dos anos 80. E se não fosse ele tenho certeza que esse quinquênio seria uma apagão só salvo por algumas bandas ingênuas de rock e filmes mais ingênuos ainda. O Luiz é um sujeito realmente especial, e merece muito mais que um canto de blog para contar fatos de sua biografia. Porém o resumo de sua história é de que é um sujeito que materializa a palavra bom. Com ele a palavra amizade torna-se graduada em ponto máximo. Onde passa deixa amigos, eu testemunhei muitas de suas conquistas de amizade, e vi que faz isso de forma natural, realmente não se esforça, ele "É" amigo. Tenho a honra de ter com ele uma das mais antigas amizades, e quando ele autorizar, contarei aqui mesmo algumas passagens de sua vida para perceberem que não teve uma vida morna pelo fato de ser um sujeito extremamente bom. Talvez haja censura dos melhores fatos, pois hoje ele é casado, e muito bem casado, ama a esposa, com quem tem filhos maravilhosos. Em todo caso, saibam que existe sim, irmãos especiais e que peço para não morrer sem conhecer outras pessoas ao menos assemelhadas a esse irmão chamado Luiz.

quarta-feira, 11 de junho de 2008

ANJOS

FONTE: arquivo pessoal .


FONTE: www.superimagens.com.br



FONTE: darkangelsbandforever.nireblog.com


FONTE: mysantuary.blogs.sapo.pt


FONTE: blogottik.files.wordpress.com


FONTE: theburningangel.blogspot.com


ANJOS!
Qual a definição de anjos? Quem ou o que são? Nunca os conceituei, mas são duas as definições mais utilizadas por mim. Defino anjos sendo algumas pessoas especiais como a Elaine (primeira foto). E defino como anjos, entidades estranhas que tem misterioso arbítrio e servem a um senhor. São belos e assexuados e carregam ordens implacáveis.
Entre os romances que escrevo, tem um que particularmente está entre meus escritos fantasiosos favoritos. É um em que crio uma história sobre as relações entre Deus e Lúcifer. Com meu arbítrio artístico mudo toda uma histórica protagonizada pelos seres celestiais que baseio no conto cristão.
Meu escritor favorito, Saramago, já tratou de anjos em sua obra “O Evangelho Segundo Jesus Cristo”. Ele, como sempre, humaniza e simplifica os seres míticos, os anjos dele são meio “peões inteligentes”. Inclusive um deles, em “O Evangelho...” é meio malandrão, bolina sexualmente (assim entendi uma brumática passagem) uma das irmãs de Jesus Cristo (é... Saramago é durão, mesmo). Embora sejam lindas suas construções, em se tratando de anjos, prefiro mais os anjos extremamente poderosos do tipo “Cavaleiros do Zodíaco”, embora saiba que são bastante limitados pela “filosofia de combate de guerra”.
Por enquanto, meu romance está em andanças, e como se sabe, no mundo da arte nada é seguro. O que hoje é certeza, amanhã é névoa. Então posso mudar muita coisa ainda... Mas estão meus anjos mais para “Cavaleiros do Zodíaco” que para os anjos humanos e práticos, e às vezes malandros, de Saramago.
A Literatura é rica em anjos. A auto-ajuda “deita e rola” nesse campo. Uma vez comecei a ler um livro insuportável (parei antes da 5ª página) em que uma mulher pedia dinheiro em oração inédita, e voltas algumas, surgiu um anjo risonho com um pacote de dinheiro para ela. O tal anjo era um gorducho sardento, de cabelos ruivos e encaracolados tipo “Erasmo Carlos”. Também o Og Mandino tem “seus anjos”, seres que ajudam o povo que compra livros de Og.
Meus anjos são uma criação a partir de um plano concebido por Deus com o nome de Lívre Arbítrio. O maior deles é Lúcifer, que se rebela e com ele cria uma legião de anti-anjos, anjos contrários, ou anjos negativos, caídos ou perversos. Até aí tudo como em milhares de livros... Mas, se escrevi, é porque criei algo diferente... e igual. Aliás, vou abrir aqui para comentar outra coisa (depois volto), quem assistiu “Cruzadas” (bem o fez) pode ver uma passagem magnífica que me fez passar um pequeno constrangimento (que valeu a pena) no cinema. Já terminando o filme, o vitorioso Saladino, tendo tomado Jerusalém, olha com aquele olhar maravilhoso a retirada dos cristãos (detalhe, na história real, Saladino teve a comiseração, a piedade que muitas vezes na mesma Jerusalém os cristãos não tiveram com mulçumanos) recebe a seguinte pergunta do líder derrotado (interpretado por Orlando Bloom) “o que há aqui?” Ao que responde Saladino: “Nada”. Neste momento eu solto uma risada alta no cinema, em seguida interrompida por Saladino, “E tudo”. O que isso tem a ver com anjos? Nada... E tudo.
Lavoisier “nada se cria...” e Harold Bloom “tudo é criado a partir do grande armário coletivo (na Literatura)". Saramago escreveu uma história que milhares contam todos os dias em púlpitos, uma história que milhares de escritores contaram, mas... Ele Criou algo inédito, belíssimo, original, novo, sobre a mais “sólida” história ocidental. Isso me impulsiona. Sou humilde o suficiente para reconhecer que meu trabalho poderá ficar muito aquém de Saramago, mas forte o suficiente para dizer que sou capaz de escrever uma história fantasiosa que arderá de prazer o coração de muitos que se proponham a sorvê-la e usufruí-la.
Na minha história os anjos são os principais protagonistas da ação... Então, serei obrigado a entender um pouco de anjos e demônios, seus contrários...
Comecei por dois escritores, um forte e um medíocre (palavra aqui não de todo negativa, sim como uma espécie de sinônimo de 'pop' -por que não por logo pop?- Por que as palavras são muito insuficientes para nossas almas, às vezes, muitas vezes), um deu incríveis dimensões de espaço e tempo aos anjos e seus campos, o outro deu verossimilhança. O primeiro é J.J.Benitez, o segundo é Geovanni Papini. Ler J. J. Benitez é gostoso, apesar de confuso... E se o chamo de medíocre é porque em literatura ela não tem um significado fechado e negativo, apenas (redundo). Tanto é que de meus escritores favoritos, um deles, ele mesmo se dizia (e efetivamente assim se assumia) medíocre, Puzo. E ler Geovanni Papini é tomar vinho chileno em momento de paz. Ele é excelente, sua escrita é voraz de atenção, é um dedo em riste.
Mas, não creio que meus anjos sejam assemelhados aos de Papini. No entanto, afirmo que Lúcifer tem sua base quase toda na lucidez papiniana.
Um trecho de minha história:
“No princípio era somente o princípio, e então, vindos do nada, testemunhamos de nosso poder de observador inédito, o aparecimento de oito deuses no princípio e no nada. A primeira estranheza ficou por conta do oito. Por que oito? Por que não um deus apenas, ou três, ou nove? Oito dá uma impressão de quadrado... de perfeição, de fechado, de nenhuma chance dada. E tão logo surgiram, as guerras se iniciaram, meus olhos especiais suportaram sempre no limite da capacidade a complexidade de gigantescas explosões multicolores e o engalfinhamento de complexos acontecimentos de guerra. Passada minha primeira impressão, ainda estupefato com a dimensão de cada um daqueles deuses, percebi que na realidade suas guerras eram uma mistura de milhões de labirintos de movimentos, todos construídos para o que simplesmente chamamos de jogos. A complexidade é tamanha que impede minha descrição, pois meus poderes de narrador são limitados. No entanto, posso dizer que eles não jogavam apenas em níveis externos. Dentro deles, até onde eu podia ver, com o tamanho -mais ou menos- do espaço do interior de nossa lua, havia milhares de pontos dos jogos de combate. Combatiam ora quatro contra quatro, um contra sete, três contra cinco e os combates alcançavam próximo dos limites da extensão que identifiquei como morada desses deuses; ali tudo em titânicas e assombrosas dimensões. Aqui começa uma tentativa de descrição sobre o espaço deles e além:...”. Claro, isso tem que melhorar muito, ainda...

sábado, 7 de junho de 2008

ESCOLHAS

Fonte: www.cirilovelosomoraes.com.br

Fonte: http://www.brunoaccioly.com.br/


Fonte: biolirios.wordpress.com

Fonte: bicho-solto.blogspot.com

Fonte: alessandrodesouza.spaces.live.com


Há pessoas especiais que passaram por minha vida, se considerar a palavra amizade. Sobrevivem entre elas o Luís, que está em Rondônia, e é a mais antiga amizade que tenho. Entre os mais próximos há a Elaine, o Ricardo, e o Rone. Esses três sobreviveram a tudo que tenho de pior, em especial a Elaine e o Rone. O Ricardo é mais um ser que vem de outro planeta artístico, de um mundo que só mesmo ele é capaz de conhecer mas jamais se interessou em realmente relatar, senta-se frente a frente comigo, e partilhamos a arte. Além disso é o sujeito que mais especialmente –como eu já disse em outra blogada- impulsionou-me em escrever.
Mas tanto essas pessoas como algumas outras, não mais tão presentes em minha vida, mas moradores constantes do melhor átrio de meus pensamentos, sabem que a palavra amizade, assim como Deus, representa, para mim, muito pouco do comum que dela se entende. E cada vez mais (embora possa mudar de opinião, mais adiante) me convenço de que o acaso e a escolha disputam nosso quinhão divino, o tempo. Para Nietzsche, a quem respeito sobre conceituação de vida e mundo, nada é eterno senão o tempo. Para ele, nada sobrevive, tudo está sempre morrendo e nascendo, sempre renovando e renovando-se. Acredito nisso e nessa crença chamo a valorizarmos ainda mais aqueles que não morrem, e se renovam muito pouco perante a nós. Nos aturam como somos, silenciosos observam nossas besteiras e nem aprovam nem desaprovam, simplesmente continuam conosco. Em níveis menores que os desses três, Elaine, Ricardo e Rone, tenho outros que são também caros. O Roberto, vêm pouco a pouco transformar o trio em quarteto... É outro que respeito e do qual tiro lições, e guardo a frase “Nada resiste ao trabalho”.
Escolhemos; sem dúvida nossa vida é regida, na fase adulta, e principalmente madura, por seleções misturadas umas às outras. Penso que efetivamente a melhor das liberdades no beber do vinho chamado vida, são as escolhas que nos tornam mais ou menos livres, mais ou menos libertos do tormento da constatação de que a liberdade é muito frágil e muitas vezes apenas um protocolo.
A Hellen Yuri mandou-me um depoimento no Orkut. Foi a melhor surpresa do ano. E maravilhoso porque de certa forma ela reconhece minha estranheza . Ela é uma pessoa fria (no melhor sentido dessa palavra), é cirúrgica na apreciação das coisas. Talvez em parte pela presença oriental em sua personalidade. Fato é que ela reforça esse caráter de escolhas; para parecermos cada vez mais estranhos, termos cada vez mais personalidade, precisamos de apoio de pessoas que não desistem de nós, sem nos entender muito bem, apenas o suficiente para perceber que “valemos a pena”.
( ) ( ) ( ) ( ) ( ) ( ) ( ) “Escolher, é ser”. DANTE SEMPITERNO... 07/2008.

domingo, 1 de junho de 2008

AS SANDÁLIAS SEMPRE SERVEM MELHOR QUE UM SAPATO BRILHOSO

FONTE:www.freefotolog.net/fotos/1158080080.jpeg

MAS CALÇAR SANDÁLIAS É MAIS DIFÍCIL QUE CALÇAR SAPATOS BRILHOSOS.

Neste exato momento fugi da revisão de um trabalho sobre Direito. Não entendo tanto de Direito (embora tenha estudado -obrigado- dois anos e meio nele), mas o suficiente para uma revisão sobre trabalho monográfico, verificando pontos lingüísticos (escolhas e performance). Não gosto de Direito, assim como não gosto de religiões, mas, assim como as religiões, o Direito me atrai em razão das pessoas que com ele lidam, da complexidade que ele oferece. Aliás, sobre essa complexidade guardo uma historinha dos tempos em que fiz academia. Éramos em uma turma de 25 alunos. Para se ter uma idéia do quanto os caras eram "cu de ferro", minha média era 8.1 e eu era o 24 da turma. A melhor figura da turma, registre-se, era o vigésimo quinto, descendente tão direto de portugueses que muitas vezes eu o olhava e minha imaginação lhe colocava aquelas roupas azuis marinho cheias de botões e chapéu parecido com uma mistura de esfiha e pastel. Realmente é daqueles sujeitos que merecia um Proust para lhe fazer escrita. Mas a turma tinha outras figuras interessantes. Entre elas tinha um que no início das aulas de Direito decidiu ser aquele sujeito que participa em número um das aulas. Lamentavelmente -com certeza devido à sua juventude, acho que tinha recém 17- atravessou a fronteira da participação e entrou no "chatismo", tipo "eureka, descobri isso". O professor era um experimentado Juiz de Direito, tão metódico que a cada aula levava um copo de água com apenas um gole realizado e ia dando outros pequenos goles; invariavelmente, no último gole, encerrava as aulas e ia embora sem dar tchau. Ele aguentou calado -no tocante às participações inoportunas e constantes do colega- até o último dia de aula quando mais ou menos assim disse: Bem, aproveito este último dia de aula para dizer algo sobre o Direito, de uma maneira geral... Conforme vocês sabem, aposentou-se o Sr "X", após 50 anos na área de Direito Criminal. Encontrei com ele há pouco, pelos corredores do Fórum, e próximo à cafeteira ele me concedeu um segundo de prosa. Busquei satisfazer uma curiosidade geral, após ele gentilmente conceder uma breve abertura para minha fala. "Senhor "X", após todos esses anos, especificamente sobre o Direito Criminal, o que o senhor conclui, apenas sobre esse tipo de matéria em particular?". E ele, com aquele olhar estudadamente demorado em vista de uma reflexão sincera, respondeu com peculiar transparência, ou seja, com muita sinceridade. "Nada; concluo sinceramente que o Direito é muito complexo, e que nada sei do Direito, mesmo da área específica na qual trabalhei"... Então (eu, de volta, Dante Sempiterno) disse nosso professor: "Fulano" (que era o aluno das exageradas intervenções), abra o Código Penal na página "tal". E ele abriu. Leia o artigo "tal", e ele leu. "Pois então..." -disse- ...somente esse artigo, de apenas 3 linhas, tem trabalhos sobre ele que encheriam esta sala. Portanto, recomendo prudência no estudo, e sobretudo, muita humildade... Pois no final das contas... nada sabemos...


Bem, vou voltar HUMILDEMENTE à complexidade do Direito... Tenho andado ausente, mas creio que em uma semana retorno à constância (que considero normal) dos escritos ao blog. Hasta...