CORPUS CHRISTI,
dei uma pesquisada tão básica sobre isso que nem sei se dá para dizer que foi pesquisa. Talvez isso é que tenha me dado a impressão de que li, e acreditei, que é uma festa católica. Porque mais tarde, ao abril o UOL vi marchas e marchas de evangélicos, e dê-lhe bandas Gospel e a trecaiada toda que envolve esse tipo de coisa. E que não me venham com churumelas (ou será xurumelas?) sobre o "trecaiada" dizendo que ofendi. Sim, porque nesse negócio de religião, qualquer coisa é ofensa. Deus mesmo, nunca vem dar nem tomar satisfações, mas o povo que se diz o supra sumo do divino toma satisfação de qualquer dito, isso porque não conheço treco (putz, de novo) mais emaranhando em linguagem que a Bíblia; nesse aspecto nem Schopenhauer e Kant juntos ou Shakespeare a ela fazem frente. Então, eu estava sentado num banco de banquinha de espetinho de feira (esperando o espeto)... (e a carne nele) e vi que sou cercado de coisas que não gosto. Não gosto de música sertaneja (pior ainda aquelas que os fãs cantam miseravelmente juntos), não gosto de pregação religiosa, e em frente a banca havia preparações para algo relacionado aos "shows da fé", isso que não entendo direito e nem quero entender. E na TV o péssimo ator Thiago Lacerda (para mim ele é bem ruinzinho), num péssimo filme sobre Paulo e Pedro, com as mesmas ladainhas mal interpretadas. Mas alguma coisa boa tinha que acontecer, veio meu espetinho, minha adorada coca-cola (viu só onde deu a conversa e de onde vem tudo? Simmm, sou um escravo do sistema, um bobo vendido, um tolo que não enxerga direito as coisas por isso não encontra o Deus do povo, a música do povo, não encontra o povo...). Mas achei legal o Lula pagar a dívida externa (observem o Lula pagar, que intimidade, e que certeza de que o Lula é que pagou). Mas, quando cheguei em casa, desesperado para ser exorcizado, coloquei um choroso Elvis Presley (o cara), cantando "Sweet Caroline"... quase chorei, que melosa coisa... E depois, à indicação da Bianca, meti B. B King, Stevie Ray Vaughan, e me senti vivo novamente... Acredito em Deus, mas gostaria de acreditar mais ainda, livre do medo, da opressão que vejo em seus advogados... E se ele existe, só posso acreditar que seja tão geral que tenha algo a ver com Tupã. Sim, o deus daqueles que quando viram as naves alienígenas aportando, cheios de espelhos (quem me dera ao menos uma vez...), não sabiam o tamanho da enrascada que estava por vir...
Acredite que eu gosto de você, eu sou estranho, maluco por causa da poesia que entra em meu corpo e vira revolta contra os trieiros largos... Acredite que gosto de você como você é e que apenas sou amaldiçoado pela liberdade e pela prisão... Em mim, essas duas patifes conseguem uma aliança que estremece o mais firme dos alicerces do alinhamento de Titânia... Sabe, acredite que eu gosto de você, e que sou assim porque em Blade Runner descobri que vi coisas que ninguém consegue ver, acredite que eu sou capaz de te amar, do único jeito possível para um homem que foi projetado para ser névoa auto-circundante... Acredite, gosto de você e das flores perfumadas que flutuam em tua aura, e jamais esqueço dessa tua forma tão peculiar de olhar, acredite, eu gosto de você...
Corpo de Cristo. Sabe... acredito que existe aí muito mais do que possam sonhar Shakespeare e Nietzsche juntos... Mas, é proibido acreditar em fantásticos que não tenham sido laboriosa e meticulosamente erigidos para fazer com que a tolice não passasse despercebida por Baudelaire.