NEXTTERES

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NO PRÓXIMO TERERE SEMPRE UMA PROSA

quinta-feira, 22 de maio de 2008

A INOCÊNCIA DO PENSAMENTO CRISTÃO







CORPUS CHRISTI,

dei uma pesquisada tão básica sobre isso que nem sei se dá para dizer que foi pesquisa. Talvez isso é que tenha me dado a impressão de que li, e acreditei, que é uma festa católica. Porque mais tarde, ao abril o UOL vi marchas e marchas de evangélicos, e dê-lhe bandas Gospel e a trecaiada toda que envolve esse tipo de coisa. E que não me venham com churumelas (ou será xurumelas?) sobre o "trecaiada" dizendo que ofendi. Sim, porque nesse negócio de religião, qualquer coisa é ofensa. Deus mesmo, nunca vem dar nem tomar satisfações, mas o povo que se diz o supra sumo do divino toma satisfação de qualquer dito, isso porque não conheço treco (putz, de novo) mais emaranhando em linguagem que a Bíblia; nesse aspecto nem Schopenhauer e Kant juntos ou Shakespeare a ela fazem frente. Então, eu estava sentado num banco de banquinha de espetinho de feira (esperando o espeto)... (e a carne nele) e vi que sou cercado de coisas que não gosto. Não gosto de música sertaneja (pior ainda aquelas que os fãs cantam miseravelmente juntos), não gosto de pregação religiosa, e em frente a banca havia preparações para algo relacionado aos "shows da fé", isso que não entendo direito e nem quero entender. E na TV o péssimo ator Thiago Lacerda (para mim ele é bem ruinzinho), num péssimo filme sobre Paulo e Pedro, com as mesmas ladainhas mal interpretadas. Mas alguma coisa boa tinha que acontecer, veio meu espetinho, minha adorada coca-cola (viu só onde deu a conversa e de onde vem tudo? Simmm, sou um escravo do sistema, um bobo vendido, um tolo que não enxerga direito as coisas por isso não encontra o Deus do povo, a música do povo, não encontra o povo...). Mas achei legal o Lula pagar a dívida externa (observem o Lula pagar, que intimidade, e que certeza de que o Lula é que pagou). Mas, quando cheguei em casa, desesperado para ser exorcizado, coloquei um choroso Elvis Presley (o cara), cantando "Sweet Caroline"... quase chorei, que melosa coisa... E depois, à indicação da Bianca, meti B. B King, Stevie Ray Vaughan, e me senti vivo novamente... Acredito em Deus, mas gostaria de acreditar mais ainda, livre do medo, da opressão que vejo em seus advogados... E se ele existe, só posso acreditar que seja tão geral que tenha algo a ver com Tupã. Sim, o deus daqueles que quando viram as naves alienígenas aportando, cheios de espelhos (quem me dera ao menos uma vez...), não sabiam o tamanho da enrascada que estava por vir...


Acredite que eu gosto de você, eu sou estranho, maluco por causa da poesia que entra em meu corpo e vira revolta contra os trieiros largos... Acredite que gosto de você como você é e que apenas sou amaldiçoado pela liberdade e pela prisão... Em mim, essas duas patifes conseguem uma aliança que estremece o mais firme dos alicerces do alinhamento de Titânia... Sabe, acredite que eu gosto de você, e que sou assim porque em Blade Runner descobri que vi coisas que ninguém consegue ver, acredite que eu sou capaz de te amar, do único jeito possível para um homem que foi projetado para ser névoa auto-circundante... Acredite, gosto de você e das flores perfumadas que flutuam em tua aura, e jamais esqueço dessa tua forma tão peculiar de olhar, acredite, eu gosto de você...




Corpo de Cristo. Sabe... acredito que existe aí muito mais do que possam sonhar Shakespeare e Nietzsche juntos... Mas, é proibido acreditar em fantásticos que não tenham sido laboriosa e meticulosamente erigidos para fazer com que a tolice não passasse despercebida por Baudelaire.

sábado, 17 de maio de 2008

1979 - AMERICAN GENERATION











Aproxime-se da certeza, te encherás de dúvidas. Pensarmos em nossa pequenez, frente à complexidade do tempo, no tanto de gente que já foi gente pisando o chão e hoje faz parte dele, angustia tua mesquinha vontade de ser criador.



Certezas de mais de duas décadas, repentinamente, através de uma voz que parecia tão inofensiva, destroça-se... O homem pode ser instintivo, ao que me parece... Pode desconfiar que alguém lhe olha de soslaio, olhar, e lá estão te olhando, algum homem ou mulher... O único piso seguro é colecionar minutos.



Olhar a volta e assustar quanto ao número de teias de aranhas decenais em volta daqueles a quem é impossível negar amor, é inútil. Amá-los, normal como o fluxo de sangue continuar, se o corpo vive... Mas teu mundo não é esse, teu mundo é a loucura que te possibilita fechar os cacos coloridos da loucura com um qualquer. Essa é a única vantagem que tens e enxotas...



Seja sincero, seja correto, seja prudente e seletivo e terás os degraus que precisa... E só. Sejas hábil, cometa a mentira que te imploram para cometer, surja ao palco e diga “ser, porque é a questão”, e prossiga enigmático, desviado, falante apenas do que interessa a ti e só a ti... Alimente teu aparelho sexual, saia à estranheza das ruas, ao inusitado, arrisque a vida alheia sem ferir-lhes a alma de infecção perene e os terá, tão escravos quanto deles será... A loucura não tem lábios tão vermelhos e úmidos à toa, e só te assusta o suficiente.



A faca, o revólver escondido no viajante do inferno, é pior na imaginação que nas estatísticas: Não saio, não sou assaltado, não saio, não fodo. Não saio, não me entedio, não saio, não chupo bocetas, não chupo peitos. Não saio, não escuto músicas horríveis... Não saio, não sinto o cheiro das mercearias e de chocolate... Não saio, não sinto medo, não saio, não imagino o engano de que realmente me olharam “ela olhou para mim”; “ele olhou para mim”... Já estás morto faz tempo dirá inutilmente o espelho, é tanta preguiça... E os simples, os da mais baixa câmara, esses sim sabem que não saber é a melhor das tolices, pois a felicidade é dos idiotas desde que o mundo resolveu se civilizar a qualquer custo. Lambuzar-me de vinhos, de suco de boceta, de chupadas quentes, de silêncio com olhos no teto... Descobrir que ler clássicos, é a coisa mais estúpida que anda existindo, e pior, sussurrar a palavra “gênio” é ganhar o sarcasmo “novos olhares, muchacho, novos olhares, esqueça os yanques”. Quem vai me entender? Todos, pois quem é que não entende que nada se apreende, e quanto mais, o que é que se aprende com aprende grafado com um “e” apenas? American Generation...




Aaaaaaaaamerican Generationnnn.... estamos presos na American Generation... sexy black... que pernas dessas mulheres, que doce ilusão... Ainda bem que a verdade é tão quente... Estarei louco o suficiente? AAAAAAAAAmerican Generation....
Será que Freud avisou e não ouvi? Será que alguém explicou exatamente enquanto moucos estavam todos os primeiros ouvidos que tive no tempo? A-a-a-aa-aa-aa-aa... Generation.....

sábado, 10 de maio de 2008

LONGE DO MUNDO, PERTO DOS SONHOS, PERTO DOS SONHOS, PERTO DE MIM.


NOTE: AS MULHERES SÃO DISTANTES... E TÃO PRÓXIMAS...





TRAVAM-SE NOS CÉUS DE MEUS PENSAMENTOS COMBATES IMPLACÁVEIS, SÁBADO E DOMINGO DISPUTAM PALMO A PALMO, COM FÚRIA SANGRENTA O DIREITO DE REGER A MELANCOLIA DE MEU SER. O SÁBADO ATACA, FAZ OS ANÚNCIOS DA NOITE SEREM ATRATIVOS FRENTE A AUSÊNCIA DE TOSTÕES EM MEUS BOLSOS. O DOMINGO MOSTRA PROPAGANDAS COM OS CARROS QUE EU TINHA E PODIA PASSEAR ESTRADAS E SONHOS AFORA.

RUDYARD KIPLING DIZ: “SONHAR, SEM FAZER DOS SONHOS OS TEUS SENHORES”, MAS O DESOBEDEÇO, FAÇO DOS SONHOS OS MEUS SENHORES, A FUGA, O BLADE RUNWAY, CAÇO A MIM MESMO, CAÇO DIAS E RECANTOS MEMORIAIS ONDE POSSA ME ESCONDER,

FAÇO O DOCE AMOR COM A LOIRA DOS CABELOS CRESPOS E OLHAR DE PONTOS DE INTERROGAÇÃO. COMO PITANGAS VERMELHAS QUE SAIRAM DOCES ENTRE AS ABELHAS PRETAS E ABELHAS AMARELAS... RISCO O NOME DO PRIMEIRO AMOR, COM GIZ NA CALÇADA, ISSO MESMO, IGUAL O RENATO RUSSO FEZ, FUJO PARA AS QUARTAS-FEIRAS QUE ME ESCONDEM DA SEGUNDA E TERÇA E DISTAM-ME DO SÁBADO E DOMINGO... O SOL NÃO ME ACHA ENTRE OS FLAMBOYANTS SOBREVIVENTES, COM SEUS ARCOS QUE LEMBRAM AS ÁRVORES DO PEQUENO PRÍNCIPE, MAS “PRA SER HONESTO, SÓ UM POUQUINHO INFELIZ... MAS TUDO BEM, TUDO BEM” (R.R.). ÀS VEZES, NA MADRUGADA, OUÇO LATIDOS DE CÃES E ME COMPADEÇO DOS HOMENS CONTROLADOS PELO ÁLCOOL, QUE VOLTAM TROPEÇANTES, MAS SINTO MEDO DE MIM, E DAS RAZÕES ABSURDAS QUE CONSTROEM A VIDA, SINTO MEDO DE NÃO VOLTAR A DORMIR...

LEMBRO-ME DA RUIVA DISTANTE, QUE NUNCA ESTEVE TÃO DISTANTE, LEMBRO QUE TENHO A SORTE DE TER O ACONCHEGO BRANCO DAS IDAS NÃO AGENDADAS... CONTE MAIS, CONTE MAIS, DIZEM AS MENINAS QUE DANÇAM E A SANDY DIZ: O TRAVOLTA FOI TÃO GENTIL, DEPOIS DE FINGIR QUE NÃO ESTAVA NEM AÍ... CONTE MAIS, CONTE MAIS, E DIZ TRAVOLTA, FIZ AMOR COM ELA QUANDO O SOL RECÉM SE ESCONDEU NA NOITE... “ESTOU COM CALAFRIOS, E ELES ESTÃO AUMENTANDO”.

EU NÃO CONTAVA COM A ASTÚCIA DO CHAPOLIM COLORADO, MAS CONTAVA MENOS AINDA COM A ASTÚCIA DE BAUDELAIRE, DEVERIA CONTAR, MAS ACHEI QUE ERA “MERA POESIA POR POESIA”; NO ENTANTO, ELE DISSE: “O MAIO TRUQUE DO DIABO, FOI FAZER TODOS PENSAREM QUE ELE NÃO EXISTE”. E ACHO QUE MESMO QUEM ACREDITA EM DEUS E NO DIABO, SÓ FAZ ISSO POR AUTOMAÇÃO E REALMENTE, SE TIRAR O MEDO DE DEUS E DO DIABO, CAPAZ DE SOBRAR QUASE NADA OU NADA... MAS O DIABO É A CORRUPÇÃO QUE ATACA SIM, PELAS ESCURAS CAVERNAS DO PENSAMENTO QUE LUTAM COM AS CAVERNAS LUMINOSAS. O DIABO, SIM, NÃO GOSTA DE ALHO E QUER APODRECER TUDO DE BOA VONTADE. MAS É MUITO PIOR DO QUE PENSAM OS QUE DELE SE ACHAM DEFENDIDOS. A DISPOSIÇÃO DO HOMEM, EM TEMER, FINGINDO QUE NÃO TEME, E DESVIAR-SE DO SUFRÁGIO ENQUANTO DIZ “PERDOAI A NÓS PECADORES” O TORNA FRACO E MAL DISPOSTO EM ARRUMAR AS COISAS, A NÃO SER AQUELAS DO ARMÁRIO E DA PRATELEIRA...

UMA NOITE DESSAS VOLTO PARA AS BOATES, PARA CHEMICAL BROTHERS, QUEM SABE PRODIGY E NEW ORDER. É INTERESSANTE SABER QUE A TOLICE RASA DE ALGUNS QUE ME CONHECEM PARCIALMENTE POSSAM PENSAR QUE UM DIA USEI ALGUM TRECO, PULMÕES OU VEIAS ADENTRO... TODOS TÊM DIREITO DE PENSAR ERRADAMENTE, E NÃO TIRO DIREITOS, MAS ME DIVIRTO EM SABER QUE SOU ÍNTEGRO, QUE SOU O VILÃO BONZINHO E NÃO O BONZINHO VILÃO... DOU BOM DIA ÀS TONTAS E AOS TONTOS, E NA INGENUIDADE DELES FAÇO NINHO RASO. NUNCA SABERÃO QUE A ÚNICA DROGA QUE USO É A POESIA. DROGA ACESSÍVEL A TODOS, CAPAZ DE SAIR DE DENTRO DO BARATO PERFUME DA AVON, DAS PALAVRAS DO MENTIROSO ROMÁRIO QUE DIZ A VERDADE E DE SEU GOL QUE LEVOU-NOS PARA GANHAR A COPA NOS EUA, SAI DAS BESTEIRAS, DO SOM QUE SE APLACA COM A DIMINUIÇÃO DA LUZ, COM A DESCOBERTA DE QUE TEM-SE QUE FAZER DE CONTA QUE É CRIANÇA PARA SOBREVIVER À CARGA VITAL... SABE, EU GOSTO DE COISAS BOAS, PORQUE QUANDO EU NASCI, HÁ POUCOS SEGUNDOS TINHA ENFRENTADO A MORTE, O OXIGÊNIO VEIO TARDE, E TIVE MEU PRIMEIRO CONTATO COM A MORTE NO INÍCIO DA VIDA... A INDESVIÁVEL TEM UMA LINGUAGEM FRIA, MAS A FRIEZA É QUE SALVA O HOMEM DE SI PRÓPRIO, SALVA-O DE PERDER-SE EM SONHOS E CUMPRIR O DESCONSELHO SOBRE RUDYARD, QUE DIZ “NÃO FAÇA DOS SONHOS OS TEUS SENHORES”... MAS USO RUDYARD, “FAÇA DOS SONHOS OS TEUS SENHORES POR ALGUNS MINUTOS “, ESSES MINUTOS É QUE TE FARÃO ETERNO, É QUE TE RECONSTRUIRÃO, SE TIVERMOS A MÍNIMA CHANCE DE UMA FANTÁSTICA RECOMPOSIÇÃO...

TEM DIFICULDADES PARA SONHAR? ENTÃO LEIA NOVAMENTE “O PEQUENO PRÍNCIPE”, “FÁBULAS”, ASSISTA SENHOR DOS ANÉIS, ASSISTA “ARIZONA DREAM”, MAS SOBRETUDO, FAÇA AMIZADE COM LOUCOS, COM LOUCOS INOFENSÍVOS, CAMINHE SOB A LUZ E OBSERVE QUE A COMPOSIÇÃO LÓGICA DO MUNDO NÃO SE ACHOU SUFICIENTE E PRECISOU DA LOUCURA PARA DAR RAZÃO À PRÓPRIA EXISTÊNCIA.... “Onde está você? Estou tão ARREPENDIDO QUE NÃO CONSIGO DORMIR NEM SONHAR À NOITE. PRECISO DE ALGUÉM E SEMPRE ESSA ESCURIDÃO TRISTE E SINISTRA. CHEGA DE FININHO E ME ASSUSTA ENQUANTO EU OLHAVA... EU CONTAVA AS TEIAS DAS ARANHAS...”

BLINK 182... I MISSING YOU... ESSA, AQUI NO YOUTUBE: http://br.youtube.com/watch?v=iYEM68HIm0Y Então, é linda, tudo a ver com melancolia... Em inglês começa assim:

Hello dear, the angel from my nightmareThe shadow in the background of the morgueThe unsuspecting victim of darkness in the valleyWe can live like Jack and Sally if we wantWhere you can always find meWe'll have halloween on ChristmasAnd in the night we'll wish this never endsWe'll wish this never endsI miss you, miss youI miss you, miss you

Cuja tradução é:

Olá querida, anjo do meu pesadelo Sombra na escuridão do necrotério Vítima insuspeita das trevas do vale Podemos viver como Jack e Sally se nós quisermos Onde você sempre me encontrará E celebraremos o dia das bruxas no natal E à noite desejaremos que isso nunca acabe Desejaremos que isso nunca acabe Sinto a sua falta, Sinto a sua falta

E para esse “querida” pode haver tantas significações e nenhuma pessoa em especial. Pode ser simplesmente a resposta, “sou um bloco melancólico desde que escapei da morte, bem ali na boceta de minha mãe, que se abriu para o prazer de meu pai numa noite em que jamais poderia imaginar conseqüências, como todas que tem boceta e abrem as pernas. (Saramago diz: "e sempre abrirão para que entre ou saia alguma coisa", e ele falava da boceta de uma ex virgem Maria; saiu barato o exílio... se considerarmos o que os homens foram capazes de fazer em nome de Deus, em nome, mas não em Deus...). Minha mãe e meu pai autorizariam, bem explicado o caso, eu falar assim tão “desrespeitosamente”. À maneira deles, me deram a liberdade suficiente para que me construísse poeta... Tinha um tipo de liberdade mental inexplicável para a retidão em que sempre viveram no tocante ao básico dos pilares morais...

Raul, o totem dos maconheiros, embora tenha construído mais uma das aberrações do ato de adoração gratuita, dizia “eu prefiro ser essa metamorfose ambulante”, provando mais uma vez, que o óbvio pode ser genial... Então, eu prefiro ser essa enganosa metamorfose ambulante, que muda, mas não muda, não muda, mas muda...
Sinto tua falta querido anjo, sinto tua falta, querido aconchego das noites em que me perco e só encontro a luz em você... nas lembranças em que esqueço que sou poeta e lembro-me que antes de tudo isso, sou um mero homem... maravilhosamente, apenas um homem...

sexta-feira, 9 de maio de 2008

DIÁRIO DE BORDO, DATA ESTELAR 171609052008.








Explico a "data estelar": hora, dia, mês, ano. Assim eu iniciava o registro de umas poesias influenciadas por viagens siderais nos tempos em que atrasava a passagem de menino para adolescente. Star Trek, Spock, etc.

Olha, blog, é um diário, lembram-se? Eu disse isso um dia. Embora eu abra mais espaço possível possa, para a poesia, é ainda um diário aberto. Então, sempre perdoem quando eu falar mais de mim que de outra coisa. Bem, "Guerra nas Estrelas" atravessou o tempo e tem fãs atuais. Mas o Pato Donald, acho que tem menos fãs brasileiros jovens. Ao menos, é o que posso supor, depois de "contar uma piada", e todos ficarem me olhando estranhamente, sérios... (garotos de um projeto que toco, e que considero quase filhos). "Ei, contei uma piada...". Então um deles sapeca: "mas quem é o Pato Donald?", ao que os outros dão um olhar lacônico que endossa a frase. Então... um guri de 16 anos de "minha época" que não soubesse quem era o Pato Donald era de Marte. Falando em Marte,

O Ricardo me fez visita ontem (Ele teve uma banda chamada "Lua de Marte"). Ele e a Elaine são pessoas carinhosas comigo, um lenitivo no mar de hostilidades que costumo encontrar. Eles realmente gostam de mim, e gostam do que escrevo. Os dois são, tenho certeza, meus leitores mais fiéis. O Ricardo, eu já disse, é um grande incentivador de minha escrita, responsável inclusive pela revisão quase final de um romance que tenho pronto (mas não editado). A Elaine tem um estilo muito peculiar de fazer isso, é reservada, é sutil, mas nunca parou de me incentivar a realizar tarefas pelo lado branco da força.

Bem, tenho que falar de alguém ou algo. Falarei da caduquice. Estou ficando velho, e constantemente penso na situação dos velhos. Isso é assunto que não caberia nem mesmo em um buraco negro se tratado genericamente. Falarei portanto de um ponto de vista específico sobre a caduquice. Às vezes não podemos conter o riso quando os vozinhos começam a dizer disparates tais como "Maria, você já recolheu os bezerros?", num contexto onde não há bezerros, e a Maria morreu há mais de dez anos. Tantas histórias vem das pessoas, se esse assunto é puxado... Há vários modos de abordar esse aspecto da senilidade geral, mas lembrarei o que disse Erasmo de Roterdã. Num trabalho genial em que dá vida à loucura, personificando-a, em primeira pessoa começa a narrar-se como aquele que é responsável pelo que de melhor ocorre à natureza humana (como pano de fundo, porque sutilmente arrasa a podridão da Igreja). Entre tantos dizeres se refere a essas loucuras dos velhinhos como um lenitivo da sábia natureza para aplacar a tristeza da partida para o incerto. Ele compara a mente do velho a da criança bem pequena; lembrando que os dois tratam a realidade com a loucura da distorção, e nos fazem rir porque há nisso uma inocência mágica... Não sei se serei um desses adoráveis velhinhos bobos antes de morrer, se o for, nada tenho contra, e só peço uma coisa aos guris que me lerem hoje. Já que fuçam tanto na internet, que tal descobrir quem é o Pato Donald e a família dele?

Elaine, Ricardo, eu também gosto muito de vocês, e o crédito que me dão aos escritos, são das coisas mais importantes da vida que tenho. Obrigado pela amizade de vocês :o) .

terça-feira, 6 de maio de 2008

EM CERTOS MOMENTOS, É MUITO GOSTOSO QUE A EMOÇÃO NUBLE QUALQUER CHANCE DAS RAZÕES


"VERDÃÃÃÃÃÃÃÃÃOOOOO!!!!"


Para todos nós. A vitória, certo, é resultado de inúmeros fatores; e convém aos honestos dizer que até a sorte é necessária. Mas o que mais valeu, foi a luta deles, no campo; os sacrifícios que conhecemos e os que não conhecemos. Houve responsabilidade, com certeza, caso não houvesse não seriam nesse exato momento os grandes campeões. Luxemburgo é um herói? Sim, sem dúvida, mas os atletas não são menos que isso. Foram mais que 300, foram guerreiros sensacionais. Valdívia, estás na história nobre do futebol, escrito com letras que se fazem quando o ouro se torna verde. Marcos e todos os outros nomes, que estão com os rostos em nossa memória de palmeirenses apaixonados, e que não sairão mais. Embora não mensurável, espero que imagem muitas vezes o impossível, imagem medir o quanto nos fizeram felizes palmeirenses felizes... VALEU!!!!!!!!!!!

sábado, 3 de maio de 2008

OS TITÃS E A SOMBRA DO SISTEMA






"O HOMEM NÃO PASSA DE UM MÍNIMO JUNCO FRENTE AO UNIVERSO, QUE PODE ESMAGÁ-LO FACILMENTE, COM UM MERO SOPRO. NO ENTANTO, O HOMEM SABE DISSO E O UNIVERSO NÃO, E ISSO NÃO É POUCA VANTAGEM AO HOMEM..." (Tirado em Pascal).
Fiquei um pouco decepcionado ao assistir dois de meus “ídolos” nesta semana. Renato Russo e Diogo Mainardi. Pelo Renato tenho amor incondicional, e no final de tudo, a decepção é como 1 grão de areia no Saara ou uma gota d’água no Pacífico (a mistura do óbvio e não óbvio, é por conta da influência renatiana). Mas de Mainardi foi surpreendente. Tão surpreendente, que pela primeira vez na vida sinto certa curiosidade em ler Fernanda Young, que para mim sempre representou pouco mais que nada no mundo artístico e de TV, e muito menos ainda no mundo literário. Ele meio que “travou”, não era o Diogo, era um sujeito desconcertado e desconcertante, fora da tão forte segurança que geralmente tem de si. Falamos (como outros já falaram), da tentativa do quadro da GNT de inverter papéis e brincar com isso, e nisto não se salvou (aliás, alguns até repudiaram, se eu considerar acertada a colocação de um blogueiro que observou que a Marília Gabriela nem trocou de lugar e demonstrou mais que muchochos) ninguém, acho. Para que não fiquem tão perdidos, estou falando de uma tentativa da GNT de apresentar um quadro bem humorado onde os papéis se invertiam dentro da programação, com o Diogo Mainardi, por exemplo ir fazer o “Irritando Fernanda Young” (que ficou irritando Diogo Mainardi, que no final irritou a mim e muita gente). A competência do Diogo é inquestionável, mas, tanto o Renato Russo quanto ele, nesta semana confirmaram o perigo que é misturarmos o Ser, com o Ser Artístico. Talvez isso dê um dínamo mágico, divino e diabólico ao mundo de Hollywood, e arremedos de seus padrões, quando todos, ávidos por humanidades dos “deuses” do cinema, TV e mundo musical, ou até esportivo e outros, vêem tais “deuses” abrirem a boca ou colocar em forma um ato e desmoronarem as ilusões que ajudam a construí-los. A mim, tanto Renato quando Diogo Mainardi continuam intactos, são titãs imunes à morte, ou a qualquer coisa enquanto houver o reinado do Homem. Mas a decepção (ínfima, perto do que são os dois) foi bem vinda para me recordar de ter prudência como os Seres... Pois mesmo os mais íntegros ou fortes, estão num mundo não só devorador, mas infinita e diabolicamente voraz; e a ele não basta às vezes apenas mostrar que somos o graveto de Pascal, que mostrar que verga o invergável...

sexta-feira, 2 de maio de 2008

TALVEZ O ERRO SORRI AO NOSSO TEMOR FRENTE A ELE, SORRI PENALIZADO








(OBS.: LITERATURA, NÃO É RELIGIÃO, OK?, AO MENOS ÀS VEZES)

Quando Jó indagou a Deus: “Senhor, porque fizeste isto a mim? Tiraste deste fiel e correto servo tudo o que tem, e infligiste ainda dores atrozes pele e sentimentos adentro... Por quê? Ao que foi respondido: “Para provar tua fidelidade, pureza; provar o quão alto de grau de fé pode haver hum homem”. Ao que rebate Jó: “Sim, mas e para quem?”. E vem a estranha resposta: “Àquele que ‘duvidou’ disso”. Ao que humilde, corajosamente, coloca finalmente Jó: “Para que?“. A partir daí, na Bíblia Hebraica, Deus jamais volta a falar com o homem. Sim, a partir dessa fantástica explosão de inteligência por parte de Jó. E nesta pergunta última “Para que?”pode estar tanta coisa, tal como “Mas e foste, Senhor, Todo Poderoso, tentado? . Baseei-me aqui, num texto lido em sujeito chamado Jack Miles, aclamado quando saiu com seu livro “Deus”, e fracassado com “Cristo, uma crise na vida de Deus”.
Quando “prego” no meio escolar ou artístico algo chamado por mim de “Cultura do erro”, quero que fique claro que o erro, ou ver pessoas errarem, não é meu objetivo. Sei que fico vulnerável a más interpretações. Mas, onde não há má interpretação? O texto acima, baseado em palavras de um dos sujeitos que mais entende de interpretação bíblica no meio teórico teológico, endossa em parte o que quero colocar.
O erro é algo de nossa natureza, e a nossa natureza, mais que em outras, penso (devido ao aparelho perceptivo único –moral) pode e por nós deve ser induzida a isso, pode nos conceder a maravilha do universo no exercício de tese-antítese-síntese, buscando o acerto. Ficar com medo de cantar porque é desafinado? O que é erro nesse caso? Na “Cultura do erro”, erro é não cantar, não pintar, não escrever, com medo da repressão (que certamente vem). Defender nossa vida é uma obrigação e isso pode amparar muitas “covardias”; fugir de um latido enorme quando detrás há na realidade um cãozinho. Mas a covardia que leva um sujeito não só a se expor, mas, de forma vil ocultar sua covardia atacando quem se expõe; essa sim é uma covardia de envergonhar a raça humana. Somos seres pensantes, mas dependemos não somente dos projetos mentais, dependemos da experiência, nosso aprendizado depende da experiência. Que dizer de alguém que briga com um novato aprendiz, em seu primeiro dia? Proponho que o palco seja sim, o testemunho de resultados finais magníficos vindos da andança artística passo a passo, mas proponho que o palco seja também o lugar de quem desafina, gagueja, erra, chora, exaspera-se, mas vá, e vá, e vá ao palco. Estejam próximos a mim, eu os protegerei, juro! Eu serei junto de vocês a espada, e junto de vocês o escudo, e quando eu não puder protegê-los, arranjarei quem o faça, para que possam errar... É tão óbvio, mas tão desviável , isso de que para acertar é preciso errar, e mais, o erro é uma casa de prazer... Do contrário não teriam “pegadinhas” e quadros que mostram erros de filmagens, em grandes risadas e prazer de quem erra e quem assiste depois...
Estejam próximos a mim quando ouvirem “Santa Fé III”, eu repartirei convosco o pedacinho que consegui da arte... Estejam próximo a mim quando ouvirem minha voz lhes convidando para um encontro, dividirei convosco a ceia que não se curva aos mecanismos sob Chronus. Quando lerem “venha”, acredite que teu movimento não será em vão. Mas, só venha, só ouça, se entendeu que és perdoado pelos erros num mundo chamado Arte, onde o maior dos Deuses, é o mesmo daqueles que acreditam que Deus realmente entende a todos nós lendo as profundezas de nossos corações e não sua rasoura.