NEXTTERES

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NO PRÓXIMO TERERE SEMPRE UMA PROSA

quarta-feira, 22 de setembro de 2010

OLHAR EM NÓS MESMOS






REFERÊNCIAS DAS IMAGENS:
virtualiaaomanifesto.blogspot.com
simplesmenteamor.zip.net
victorianage.wordpress.com
ummodernoeremita.blogspot.com

É com certeza, a mais penosa das tarefas enxergar em nós nossas feiuras. Hoje li horrorizado, como não poderia deixar de ser; o assassinato de um pai na frente de sua própria filha; após tentar fugir do assassino. A menina relatou as últimas palavras do pai "deixe-me ir, vou voltar para a fazenda...". Ele, um homem adulto, o assassino, um jovem de 17 anos, namorado de sua ex-mulher. O garoto deu três tiros, um último, na boca da vítima, quando este estava semi-agonizante; pouco antes de partir a um novo destino ou exiguir-se totalmente, conforme uns ou outros acreditam sobre o pós morte. Pensei que eu poderia estar na situação de um dos dois; ou pior, na situação de pai do garoto; qualquer um de "nós" poderia estar. Fui um jovem ciumento, e em situação de dois namoros, penso que poderia ter cometido alguma grande imbecilidade, maior que a que cometi por "amor"... rsss. Eu poderia ter levado um tiro de um ex-marido ciumento. E tendo um filho, sempre tenho calafrios com a idéia de que ele possa se atrair de uma garota sob o ciúme de algum retardado ou ele, ser tomado de fúria ciumenta. Mas, creio, graças ao bom Deus em que acredito, que ele tem lentamente atingido um bom ponto de maturidade, e está isento disso. Ou seja, é um garoto cada vez mais "de boa"... Mas o pior aqui é pensar em nós; nós todos, o quanto podemos ser frágeis, tolos, e imensamente desastrados no tocante à paixão que nos confunde fazendo-nos pensar que seja amor, pondo-nos completamente cegos e idiotizados ao último. Hoje tenho alguém especial na minha vida; é uma espanhola linda e apaixonada; amorosa; verdadeiramente um amor de moça; e a gosto demais, eu a amo, diria Vinicius ou não. E posso dar o conselho que tantos me deram em uma época que foram inúteis aos moucos ouvidos pós-adolescência... E certamente ninguém ouvirá os meus... Mas; puxa, se conseguimos descobrir a maturidade, embora à custa da morte de algumas fúrias só presentes nas paixões cegas; amar é tão bom... Te amar é tão bom... tão bom, tão bom... Se o mundo acabar, não será por outro motivo senão porque não mais a arte se suporta reinventar. Digo arte, não seus arremedos; digo reinvenção, não a grotesca imitação daquilo que já é um produto raso e patético; putz, que vontade de dar nome aos... bois... Então, se acabar; será porque não mais se sustentam as tentativas de refazer Jeckyl, por exemplo ou "Frankie", naquilo que dizem "o domínio dos textos...". Caramba, lembrei como comecei meu texto; sim, foi um crime bárbaro, e que Deus nos livre a todos de lidar com coisas assim... E que nós mesmos acordemos logo com a urgência brasileira de se tratar a precocidade... Corrupção, hoje saiu uns trecos sobre corrupção, onde? Sim... Em uma das tais câmaras; bem, mas isso não é assunto meu, isso não é meu assunto... Perdi o bonde porque pequei outro na contra-mão, só na outra, poderei, enquanto isso, que outros existam; paladinos ou de conta própria... Devem existir, do contrário isto estaria muito pior... É, tudo é uma colagem serena ou brutal de coisas, resta a intermitência da imaginação e do amor... Amor... Te amar é tão bom, tão bom, tãooo bom... Te amo espanhola... pra que chorar... Te amar é tão bom, tão bom, tão bom... :o), tolos amantes, eternamente tolos... :o)...






terça-feira, 14 de setembro de 2010

MINHA CASA








REFERÊNCIAS DAS IMAGENS:
youtube.com.br
transitivoedireto.blogspot.com
feanonima.blogspot.com
ritawafu.blogspot.com
Esta é minha casa; onde meu corpo será o próximo de uma infinita lista onde um dia se chamou Jorge ao que apelidei Dante. Lembro-me que em infância meus olhos se voltavam para as estrelas noturnas e eu perguntava porque tão estranhas e desequilibradas são as linhas escritas pelo Destino e pelos homens que governam... Não tínhamos TV e o contrário disto era meu maior sonho; eu queria ver Daniel Bone. Esta é minha casa; onde sou apenas luz e todas as minhas lágrimas doces ou amargas, são também luz, onde tudo que me cerca é paz e luminosidade e posso refletir o quanto é importante a luta, o gládio de mudar o próprio destino. A auto-ajuda é uma idiotice quando escrita por espertalhões explora-tolos de pouca leitura; mas dá certo porque é verdade, somos todos tão sozinhos e tão carentes de nós próprios e dos outros que nos ladeiam ou olham perplexos ou de mão estendida. Esta é minha casa, nela não me ferem, não agridem minha liberdade e quereres, meus pequenos esforços e escolhas não justificáveis. Esta é minha casa e se sou um rato estou salvo do gato, se gato salvo do cão, do leão ovelha estou salvo e como leão não desejo nada mais que a paz e esperar um novo corpo e o recomeço. Não sou espírita, nem islâmico, nem ateu ou cristão; sou inquieto o suficiente e tudo para mim é uma questão; pode virar literatura? Se pode, é do meu mundo antigo, novo e de todos aqueles que virão. Esta é minha casa, onde construo todos os sonhos que me farão um homem que sorri e crê que a poesia é em qualquer caso uma salvação. Nesta casa meu governo constrói, restaura e concede, e todos os que me visitam estão em luz, são estrelas que esperam como eu, o renascer e as novas lutas das eternas estações. No meio das estrelas agradeço; foi bom estender a mão, tentar ser o próximo ao escutar "concede-me o pão"; acreditar que um projeto pode salvar o mundo e recolocá-lo na mão; foi bom acreditar na saliva doce do beijo e dizer, eu te amarei para sempre e jamais te direi "não"; eu colhi frutos brilhosos, vermelhos, amarelos, suculentos, bem aqui na minha mão, eram de um jardim onde tudo se podia colher e tudo era dividido e multiplicado e o prazer maior que qualquer outro era compartilhar sem lógica ou razão... Esta é minha casa, que mostra a vitória de lutar contra meu próprio caráter e vontade de abater a filha rebelde da boa razão... Olhei as infinitas aves em um balé perfeito e calmo, e os peixes alcançando um show de cores e brilhos nas águas em um passeio autorizado à grande mansão... voltei convicto de que acertei em não vacilar e escolher o campeão Amor contra o Ódio, pois nele investe-se o poder do Rei dos Quasares, aquele que mora soberano na Grande Mansão... Esta é minha casa, estou pronto, daqui a pouco estarei no planeta 438, nascerei o que escolhi mas não saberei de nada a não ser um guia chamado instinto em sua feroz luta contra a razão; dentro de minha alma levarei minha própria aposta de vencer os próprios males e lutar ao lado da proposta da vida, ditada pelo dono da Mansão... (Dante Sempiterno - agnóstico; porque assim deveria ser).

sexta-feira, 3 de setembro de 2010

A MAIOR E MAIS GRAVE FERIDA DO MUNDO


(clique na foto para ler)



(clique na foto para ver melhor essa mãe "moderna" e "despojada")
(clique na foto para ler)

FONTE DAS IMAGENS
myspace.com (STUDIO 89)
holdonvideo.com (Blink 182)
e-mail da Rocío (o restante das fotos).

Eu não tenho dúvida alguma sobre quais são as maiores dores do mundo. As físicas, são aquelas provocadas por alguns tipos de câncer ou hediondo torturador que acha que o Inferno é piada. As psicológicas e espirituais, aquelas vindas da perda de um filho. Sobre as dores físicas, aqui não tratarei. Montaigne, logo na abertura de seu "Pensamentos" (cuja obra Bloom diz que se passar uma lâmina, sangra) se refere à dor sobre o sofrimento ou morte de filhos. Conta: "Diz-nos a história que Psametico, rei do Egito vencido por Cambises, rei da Pérsia, vendo passar a filha, como ele próprio cativa, e que ia buscar água vestida de serva, permaneceu mudo, olhos voltados para o chão, enquanto choravam todos os seus amigos. Vendo logo depois o filho, que conduziam para a morte, conservou a mesma atitude. No entanto, diante de um criado que levavam à tortura, juntamente com outros prisioneiros, pôs-se a golpear a cabeça demonstrando extrema aflição. Cambises, perplexo, perguntou ao rei derrotado por que motivo ele, que tão pouco se mostrara perturbado com a infelicidade da filha e do filho, tanto se afetara ante a de um amigo, recebeu esta resposta 'É que só esta última tristeza é suscetível de se exprimir por lágrimas; a dor sofrida nos dois primeiros casos está além de qualquer expressão'" (MONTAIGNE, no livro "Pensamentos" da Abril Cultural, 1972). Vi o choro de Cissa Guimarães, que por ser uma pessoa pública representa milhares de outras mães; vi uma mãe "secar", em uma busca obstinada por justiça sobre o caso do filho, espancado e morto por uma gangue brasiliense, vi mães anônimas chorarem aquele choro que emparelha em momentos com o uivo dos lobos e do qual verte a saliva mais amarga do mundo e dos tempos, pela notícia da morte dos filhos, e outras em um choro inexpressivo, não menos dolorido. Quando Cristo morre, em Ben Hur, Deus chora, e suas lágrimas curam as leprosas irmãs de Ben Hur... "Quero justiça!", dizem as mães sob a manobra dramática dos programas espertalhões ou mesmo de um sincero jornalismo. O que é justiça? Antes de tudo é diminuir a principal ferida do mundo, esta que não acaba, que resulta de uma irresponsabilidade e ignorância cada vez maior, e que é ligada a todas outras questões mundanas ou espirituais: não sabermos o significado da palavra "filho", e de todas as responsabilidades implicadas neste termo, termo humano, que faz com que pese ainda muito mais a obrigação de refletir e agir, nesta terra cada vez mais inclinada a pensar e agir pouco sobre as sutilezas que possibilitam o mais alto grau de nobreza à palavra "humano". Mary Shelley criou Frankstein; o monstro, e em determinada parte da obra, em que choca seu criador ao assassinar uma criança, responde ao "Por que???": "Vocês não me ensinaram a amar...". Do universo atual, duas músicas irmãs, uma do Blink 182 e outra da banda Stúdio 89 falam sobre esta equação tão difícil, mas que não pode jamais ser abandonada. De certa maneira as duas falam sobre a indiferença mater-paterna; a primeira traz "fiquem juntos pelas crianças" (ao que "ficar junto" entendo que não seja obrigatoriamente aturar um ao outro (casal) presencialmente, ou seja, separar-se não significa deixar de ficar junto, é outra coisa), a segunda fala "eu preciso de um tempo para errar"; e é sobre os conflitos dos adolescentes e do mundo em que devemos enfrentar toda a preguiça ou indisposição de outro tipo, e nos aliarmos verdadeiramente aos quereres, sonhos e pesadelos de nossos filhos. No youtube tem a Studio 89 e tem o Blink 182... Amar os filhos; ficar juntos, compartilhar erros e acertos infantis e adolescentes, focar, amar... E a ferida diminui, é preciso de um tempo, em todos os tempos, é preciso ficar juntos, em muitos tempos...