NEXTTERES

NEXTTERES
NO PRÓXIMO TERERE SEMPRE UMA PROSA

sábado, 25 de outubro de 2008

QUEM NÃO LÊ A PARTIR DE DERRIDA, É LEITOR MEDÍOCRE...

FONTE: www.sjtalha.net




https://youtu.be/tRGrgcUVMyA


Levei 45 anos para descobrir que minha liberdade de escrita, mesmo tendo, já, algo de livre da própria natureza e fortuna de ter nascido no Brasil, dependia de se assumir raso, melhor, da margem ou se esfera, superfície. Isso trouxe um bom momento, quando me declarei medíocre, pois uma professora, do Curso de Letras de 2007, doutorada na USP, Zanelatto, então não é pouca coisa, tentou me demover de tal opinião e expliquei que o medíocre, aí, se trata de algo fora da restrição léxica. 


Leio literatura desde os 7 anos, já escrevi muita coisa, muita poesia e um romance, além de ter iniciado vários outros (e se eu não morrer ou ficar realmente fodido -impedido total- antes dos 70 ou 80, terminarei tudo que está em andamento e rascunho). 

Mas, sinceramente acho que um professor que me disse que sou medíocre porque não leio a partir de Derrida, tem algo de razão. 

Esse professor da acusação é um sujeito dedicado, é inteligente, não é medíocre, ele lê Derrida. E isso me influenciou, já estou no terceiro ano com vontade de ler Derrida. E algo de Clarice, -ele se declara "clariciano" e propõe Clarice o tempo todo (tempo acadêmico)-, apesar de uma recusa natural que tenho à Clarice e Drumond, procurei me esforçar; não rolou.

Ao fim das contas fiquei enojado da clariciazação, isso me afastou de Clarice, antes mesmo de me aproximar dela. Derrida não vejo bem, na fila filosófica e não sei se arrumarei tempo para ele, a não ser que algo obrigue. Quanto ao Drumond, embora dedique também cordial antipatia ao Diogo Mainardi, creio que ele saca muito de poesia, literatura, filosofia; então Drumond segue dispensado, pois Mainardi não o recomenda bem... Sei, sei, monte de gente fala mal, recusam Mainardi como referencial; mas até o momento o vejo melhor que seus detratores, que misturam muito a política em seus julgamentos do poder perceptivo do cara, em literatura et al.

E minha ignorância, digo mediocridade, me autoriza a isto que foi dito. Bem, estou precisando de um pouco de "Sex/Pistols", de "Clash", de Renato Russo/Legião, de Beethoven -esquecendo que Beethoven é Beethoven-, mas principalmente de Sex/Pistols e Morrison, quem sabe... preciso limpar esta pseudointelectualização que tenta tomar conta de mim... fazer-me fingido que não sou superficial. Não sei de nada, isso sei, (foi acidental a recorrência à Sócrates, vi depois, o "lance") só não sabia até ontem que tinha mais essa especial mediocridade, não li Derrida... Mas, acho que hoje mesmo ou amanhã, depois de uma navegada básica... quem sabe sim.

Olha só o que se diz em Pretty Vacant:

Bonito Desocupado; Não há lucro em perguntar , você não replicará; Oh, apenas se lembre, eu não decido; Eu não tenho razão, é demais; Você sempre nos encontrará "fora para o almoço" Oh, nós somos tão bonitos; Oh, tão bonitos, nós somos desocupados; Oh, nós somos tão bonitos, nós somos desocupados; Oh, tão bonitos; Um desocupado Não nos peça para atender por não estamos nem aí; Oh, não finja porque eu não me importo; Eu não acredito em ilusões porque muita coisa é real; Então pare, você é um crítico barato porque nós sabemos o que sentimos Oh, nós somos tão bonitos; Oh, tão bonitos, nós somos desocupados; Oh, nós somos tão bonitos; Oh, tão bonitos, nós somos desocupados; Ah, mas agora não nos importamos Não há lucro em perguntar , você não replicará; Oh, apenas se lembre, eu não decido; Eu não tenho razão, é demais; Você sempre me encontrará “fora para o almoço”,Nós estamos “fora para almoço” Oh, nós somos tão bonitos; Oh, tão bonitos, nós somos desocupados; Oh, nós somos tão bonitos;Oh, tão bonitos, nós somos desocupados Oh, nós somos tão bonitos; Oh, tão bonitos, ah Mas agora não nos importamos Nós somos bonitos; Um bonito desocupado. 
Nós somos bonitos
Um bonito desocupado
Nós somos bonitos
Um bonito desocupado
Nós somos bonitos Um bonito desocupado 
E não nos importamos (FONTE: http://letras.terra.com.br/sex-pistols/99691/).



FONTE: YOUTUBE

segunda-feira, 20 de outubro de 2008

O ESPÍRITO DE CADA UM, CADA UM...


FONTE: novoscomecos.blogspot.com
FONTE: www.teclasap.com.br

FONTE: alemmarpeixevoador.blogspot.com

DEUS!

DIABO!

Sabe, esses dois, que não sei direito nunca quem são realmente, regem coisas demais, e levam culpa demais por conta de nossa natural covardia transferir responsabilidades.

Bem que tento achar o primeiro de uma forma que gentes de Athenas e sob Príamo fiquem em agrado... Mas... Não consigo.

Saramago os põe em trato um com o outro para que haja o equilíbrio paradisíaco-infernal chamado Livre Arbítrio (assim mesmo, com maiúsculas, afinal de contas maior equação perene não há nos assuntos terreno-celestiais mais agudos)...

Não há motivos para se temer Deus ou o Diabo; o primeiro deve ser generosidade absoluta, e o primeiro é só não fazer tratos ou dever-lhe, afinal.

A VIDA

É curta? Seguramente para a maioria sim...

Será que é isso que nos faz correr tanto e sermos tão ansiosos, tão cada vez mais objetivos, tão mais exigentes da brevidade alheia, cada vez mais distantes um do outro porque dá preguiça ouvir tudo, porque parecemos "adivinhar", prever, até com relativa facilidade, tudo o que o outro vai dizer “logo de cara”, ou porque parece que nada de interessante será revelado no discurso comum, que nos parece cada vez mais enfadonho, cada vez mais sem sentido...

Seja breve! Diga logo o que tem a dizer! Não saia do foco! Seja objetivo... Hoje não tenho tempo! Ah, "tá", a gente se fala... Qualquer hora passa lá (espero que nunca apareça).

As pessoas estão cada vez mais de braços cruzados perante a questão humana principal –ser próximo, portanto humano- vão como lemingues, alegres, embalados por canções que não pedem uma reflexão maior do que “eu e meu ‘amor’” essas porcarias da música açucarada, chorosa e enfadonha; irremediavelmente vão em direção a um grande fosso para suicídios alegres, com a tatuagem:  "espírito construído no vazio...".

E o que enche um espírito? Um “ave Maria”, Dinheiro? O que enche um espírito? Aliás, o que é um espírito? Um conjunto perceptivo complexo contido num ser e estar entre geral e particular? Talvez sim... 

Graças ao meu estranho Deus, sou poeta. Digo isso cheio de orgulho, pois sou o poeta que quero ser... Me falta cultura, me falta mais leitura e mais sabedoria, faltam-me pessoas junto de mim, falta-me uma mulher louca o suficiente, faltam-me mais amigos com mais tempo e paciência, tenho alguns... Falta-me um ganha-pão “sério”, faltam-me tantas coisas; errei tanto e por isso, principalmente, me faltam essas coisas... Mas, me sinto humano,  me sinto tendo algo do Jorge, cada vez mais Jorge Rodrigues, sem perder o Dante Sempiterno, que esperaram, quando solenemente batizaram o bugrinho chorão que veio.

Se cada vez mais triste, é porque cada vez mais sábio; se sabemos, sabemos que há tanto distanciamento entre homens e homens, e entre homens e Deus... Não o deus patético que os mercenários de púlpitos e homens tele-shows vêm miseravelmente fazendo, sim um Deus integrado em um ser constante e ordenado no de que melhor pode oferecer a fantástica Ordem...

Contudo, sou feliz porque sou triste, porque sou poeta, mesmo com tudo que me falta... Sou um poeta, não um bordador, melancólico, maravilhosamente triste, maravilhosamente fiel a um mim, tão mim que não adianta vir nem mesmo à janela...

E disse A. R. Ammons: "...posso ser feliz e triste..." E flor de pêssego floresce em determinada árvore, determinado dia". E parece que ainda assim, com determinação anterior, algo pode talvez fugir por uma ideia que se transforma em um grande evento, complemente Nietzsche... talvez isso; mas literalmente ele diz: "As maiores ideias são os maiores eventos". 

domingo, 19 de outubro de 2008

ESCOLA JOAQUIM MURTINHO CAMPO GRANDE MS

FONTE: domingosfaria.vimacopia.com
SÍSIFO. FONTE: www.viciadosemlivros.com.br

SALA NA ESCOLA JOAQUIM MURTINHO. FONTE: www.costaricanet.com.br/.../1127734444enem.jpg

Ana, fonte, Orkut dela, autorizado pela titular da conta.

Escolho minhas aulas como professor substituto na Escola Joaquim Murtinho, para retorno às blogadas. Atingirei 100 blogadas, estou com oitenta até aqui (sem contar com essa).

Quero ter certa variedade de forma de escrita, este blog sempiterno serviu ao teste de uma escrita imediata, sem maiores revisões, a não ser em alguns casos que pediram mais atenção. Mesmo assim, a revisão foi um trabalho breve e junto ao término da escrita.

Bem, vamos lá.

Um dos meus professores de Literatura, vez ou outra nos alerta para que não deixemos de analisar o conteúdo literário através de um prisma constituído de presente, pois ele e não o passado ou futuro é que com sua existência cultural dá um valor atual aos resultados de crítica. E isso pode valer para um julgamento vital e não literário, pois a cultura, tanto na literatura como na vida são, se não regentes, elementos principais no destino do homem. (Hoje  7.out.2022), revisando a blogada, discordo; temos que realizar de maneira mais ampla e genial -modo de dizer- uma visão nos transportando aos valores do passado, implique isso, sacrifício, e fazer uma fusão de tudo que se tornar convicção crítica, de um e outro tempo).

Na UFMS, numa roda de amigos que compõe corpo e colaboradores das movimentações político-acadêmicas, o alguém me corrigiu (com elegância) quando eu disse “pichadores” : “Dante, dizemos ‘grafiteiros’”. E explicou os porquês que envolvem a escolha linguística adequada. Entre estes porquês, um fato de que o grafiteiro é na realidade um artista que pratica suas habilidades com a construção de imagens, sob autorização do dono do muro, parede ou superfície outra que sirva para a impressão das ideias... E de alguma forma eu vinha já há certo tempo, por conta de leituras e conversas sobre mudanças comportamentais, mas confesso que ainda falta muito, lamento... Sinceramente gostaria de ser mais complacente, mais aberto, verdadeiramente, em mim, em meus pensamentos e não apenas para saciar expectativas alheias, no que se refere a aceitar posturas e atitudes culturais que soam algo fora da ordem social escolhida, entenda-se. Talvez eu esteja irremediavelmente fora do tempo.

Topei com um Joaquim Murtinho mais imponente, dos tempos em que o vira de perto, há muito mais de uma década... Fui avançando e a arte sob forma de grafite (isso?), que ao ser “lido” por mim, ia me gerando espanto... Não quero aqui ser um construtor crítico sobre o caráter administrativo, caso isso escape, atesto que não é intencional. Não que a escola não mereça uma varredura crítica nesse aspecto, mas aqui não é o momento e local adequado, e muito mais, não sou o sujeito autorizado a fazer isso. O que quero é mais trabalhar minhas impressões emocionais gerais, como futuro professor de Letras (isso não viria a se consumar, digo aqui revisando a blogada, no ano de 2022). Lentamente, como se aproximasse de um gigantesco tigre dentes-de-sabre adormecido, olhava cada detalhe... Sabia que aquele tigre despertaria às 13:00 hs e não tinha a mínima idéia de como me trataria... Não sabia como seriam os professores, alunos, administração, instalações físicas internas...

O que ocorreu a partir do final do trecho de escadas que me levou ao 1º andar, trouxe lembranças de coisas lidas em Saramago, quando conta como surgem pessoas que nos apoiam em momentos em que nos sentimos um tanto aflitos, inseguros ou até com medo... E eu tinha medo, mesmo sabendo que não tinha do que ter medo. Sentia receio sabendo que não tinha nada do que recear... Acho que o medo era dos efeitos do tempo de um "estar fora da vida real", meu aparelho leitor ali estava estranhamente tomado de insegurança... 

O que chamamos às vezes de anjo, surgiu: uma zeladora de limpeza me socorreu em tudo, lamento não conseguir lembrar-lhe o nome, sou péssimo em lembrar nomes, mas lembro com nitidez da naturalidade com que prestou informações e orientações úteis... Consegui através dela as condições materiais iniciais (giz, buchinha de apagar), e também com essa gentil pessoa obtive uma bússola psicológica sobre as turmas que acolheriam meu intermédio na produção do saber em Humanas, Filosofia, História e Letras. Eu me preparara razoavelmente, mas não foi o suficiente, considero que falhei, principalmente com o 2º ano... Eles me deram atenção, deram crédito até maior que o 1º, mas por algum motivo (o qual fico pasmo de até agora não conseguir isolar adequadamente) perdi a oportunidade de mantê-los focados no trabalho com conteúdo. De todo não foi ruim, sei que alguns captaram o que de mais importante deveria ser passado... Dei-me melhor com a turma com a qual iniciei mal, e sobre a qual tive que ser disciplinarmente bastante enérgico, o 1º ano do Médio (abri as portas para duas garotas levarem tereré e tricô à fora). Felizmente elas ponderaram e acabaram por reverter a situação passando a destaque positivo nas tarefas imediatas. Outra aluna, fora desta questão, do tipo compenetrada, me adicionou no Orkut e mandou isso aqui: “Que bom prof° também gostei muiito do senhor adoreiii ter sua aula acheiii muito
interessante .....de verdade mexmu pq o senhor ñ da lah no JM achu q a escola tah precisandu de pessoal como vc para tornar o mundo melhor....ty adoro Bom final de semana
p/ vc bJOSSSSSSSS :D”
(SIC). Logicamente isso me causou alegria... E mais ainda que ela achou no Youtube uma construção de "O Menestrel", que eu lera na sala, e também colocou no Orkut.

Mas a síntese final é que houve um impasse em meu coração, não consegui ainda fazer o balanço que quero realmente fazer de minha ida ao Joaquim Murtinho como professor substituto em algumas disciplinas de Humanas... E como ser humano geral. Mas farei isso e voltarei aqui para blogar novamente sobre o assunto, nem que seja após outras blogadas menos confusas...

Colegas do Curso de Letras envolvidos no meu trabalho (dois que o sabem, não vou citar nomes), obrigado pela confiança e amizade que em mim depositaram, sei que gostam de mim com o mesmo respeito e admiração que gosto de vocês dois... Obrigado por terem me proporcionado o momento tão importante que tive... Obrigado àqueles que em mim depositaram confiança, abrindo a oportunidade das aulas como substituto. Foi minha estreia... E apesar de até agora eu não ter compreendido tudo bem, sei que foi positivo, foi bom... Valeu!!!