NEXTTERES

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NO PRÓXIMO TERERE SEMPRE UMA PROSA

segunda-feira, 21 de dezembro de 2009

QUASE ACABANDO A HIBERNAÇÃO


FONTE: leituradiaria.com.br

FONTE: baixaja.com.br

FONTE: maisprosadoqueverso...
FONTE: brenobarros.wordpress.com
FONTE: verdadeperdida.blogs

FONTE: brasilescola.com

O período de parada foi, e será, melhor dizendo, acima do planejado. Claro, há nisso o óbvio aspecto negativo da simples não resposta ao que se "acordara". "Será, melhor dizendo", em vista de que fatos importantes e influentes ocorreram durante a parada. Dois principais, estou amando (claro, com o particular universo contido neste termo, ou seja, para mim, e muitos, estar "amando", não é tão fácil de se ajustar ao que comumente se pensa deste estado); e surgiu o tal do "twiter", que nos faz repensar a "coisa" toda... Apesar de que "logo de cara", com o pouco que sei de twiter, verifico que ele não é essencial aos planos que tenho para a vida e arte (escrever). Ele é mais uma coisa de artistas midiáticos, que geralmente tem uma particularidade, a maioria escreve tão mal que quanto menos escreverem menos se expõem; e são muito mais caracterizados que quaisquer outros, os usuários de twiter, quanto à geração que DE FATO, não tem nada a dizer, e muito menos a ouvir, e diz "não tenho tempo"; "estou sem tempo". Mas, não vamos desconsiderar o twitter (acabo de verificar que é com dois tês), ainda mais sabendo tão pouco quando sabemos dele... E que milhares de gentes não midiáticas os usam. Farei uma melhor verificação sobre twitter, para saber porque alguns dizem que poderia "aposentar" o bom e velho sistema "blog". Lembro que um dia disseram que a o rádio aposentaria o jornal escrito, a TV aposentaria o rádio, que a internet aposentaria todos, TV, Cinema, rádio, jornais... E no final, até as boas e velhas AMs estão aí... saudáveis e faceiras... E sobre o amor... é... estou amando... Caramba! Não governamos nada mesmo... decisões viram papéis ao vento... Mas, que bom!!! Bem, voltarei...

domingo, 3 de maio de 2009

PARADA TEMPORÁRIA - RENOVAÇÃO


AOS QUE REALMENTE SÃO ASSÍDUOS POR AQUI É QUE ME DIRIJO EM ESPECIAL. DEVEREI PARAR DE BLOGAR POR UMAS TRÊS SEMANAS. FAREI A RELEITURA DO BLOG, QUE TEM MUITAS BLOGADAS, PARA CORTAR O QUE CADUCOU, DEIXAR SOMENTE O QUE SOBREVIVEU AO TEMPO POR ALGUM MOTIVO, E PRINCIPALMENTE PARA NÃO VIR A ESCREVER NOVAMENTE O QUE JÁ FOI ESCRITO. E CREIO QUE ISSO POSSA TER ACONTECIDO. NA REALIDADE, O ANDAMENTO DE ALGUNS PROJETOS FARÃO COM QUE EU CRIE BLOGS ESPECÍFICOS, E ISSO TAMBÉM INTERFERIRÁ. COM SINCERIDADE DIGO QUE MUITAS BLOGADAS ANTIGAS VALEM SER VISITADAS OU REVISITADAS, EM RAZÃO DE NOSSO APARELHO PERCEPTOR DE LEITURA NA ARTE RESGUARDAR SEMPRE ALGUMA COISA PARA O FELIZ RESGATE. AGRADEÇO DE CORAÇÃO A TODOS QUE DE FORMA BREVE OU DETIDA, EVENTUAL OU REPETIDA, POR AQUI ATERRISSAM VEZ OU OUTRA... ATÉ DAQUI 3 OU 4 SEMANAS, COM NOVAS BLOGADAS.

domingo, 26 de abril de 2009

SER JOVEM

GENERAL DOUGLAS MAC'ARTHUR: FONTE: bymyart.files.wordpress.com
FONTE: ronaldo75.wordpress.com

FONTE: www.escoladedanca.net


FONTE: www.colouredfeelingsuniverse.com

FONTE: mauroandriole-andriole.blogspot.com

FONTE: blogvivermais.wordpress.com

FONTE: mauroandriole-andriole.blogspot.com

FONTE: www.eurooscar.com

O General de cachimbo, Douglas MacArthur quase foi presidente dos EUA, perdeu para Eisenhower, junto com ele um dos únicos cinco generais de cinco estrelas dos EUA. A disputa, portanto, não lhe ficou feia. Acabou tomando conta do Japão destruído do pós-guerra e ajudou tal país a ser economicamente o que é hoje. Era um sujeito impressionante é o que dizem todos que o conheceram. Certo dia lendo cartas, durante a segunda guerra mundial mantinha uma correspondência encorajadora com os jovens, ao estar com uma delas, enviada por uma garota, leu-a em voz alta: “... e tal, e tal, és simpático, lindo, por assim dizer, mas, essa bengala que o senhor usa parece deixá-lo mais, velho”. Sem perder seu passo fleumático, ao passar por um cesto em um canto, lá atirou a bengala e continuou a leitura como se nada tivesse ocorrido. Ele foi herói de guerra, foi um líder impressionante, um sujeito de caráter exemplar, mas tudo isso é pouco perto da essência contida em um texto, uma pequena prosa poética que deixou sobre a juventude:

Ser Jovem

Juventude não é um período da vida; é um estado de espírito, um efeito da vontade, uma qualidade da imaginação, uma intensidade emotiva, uma vitória da coragem sobre a timidez, do gosto da aventura sobre o amor ao conforto

Não é por termos vivido certo número de anos que envelhecemos; envelhecemos porque abandonamos o nosso ideal.

Os anos enrugam o rosto; renunciar ao ideal enruga a alma. As preocupações, as dúvidas, os temores e os desesperos são os inimigos que lentamente nos inclinam para a terra e nos tornam pó antes da morte.

Jovem é aquele que se admira, que se maravilha e pergunta, como a criança insaciável: E depois?... Que desafia os acontecimentos e encontra alegria no jogo da vida

És tão jovem quanto a tua fé. Tão velho quanto a tua descrença. Tão jovem quanto a tua confiança em ti e a tua esperança. Tão velho quanto o teu desânimo

Serás jovem enquanto te conservares receptivo ao que é belo, bom, grande. Receptivo às mensagens da natureza, do homem, do infinito.

E se um dia teu coração for atacado pelo pessimismo e corroído pelo cinismo, que Deus então, se compadeça de tua alma de velho.

(General Mac'Arthur)

A juventude precisa de otimismo! A juventude precisa de inteligência! A juventude precisa ser ouvida e precisa de alianças com os mais velhos! A juventude precisa de pintura, música, leitura e bom cinema! Fotografias! Orkut e messenger à medidas certas! Precisam beijar; de sexo no momento ideal da juventude e sem doenças e sem gravidez irresponsável para lhes destruir os sonhos; eles precisam realmente conhecer a natureza, a si e a equação irregular, mas prudente, das aventuras! Os jovens precisam uns dos outros, torcer por algum time, mas sem fazer disso uma idiotice e obsessão! Sobretudo os jovens precisam de quem os oriente sem fazer disso tirania, auto-ajuda barata, religiosidade enganosa ou tosca, precisam encontrar a Deus como encontram os melhores cheiros e cores da natureza! Simplesmente os jovens precisam não apenas de amor, mas que saibamos o que é a linguagem “amor” para poder conversar com eles, ser aceito em seus mundos e por eles... É fácil? Não! Nossos próprios filhos nos impõe grandes graus de dificuldade de uma aproximação, que diremos então dos jovens em geral? Mas é impossível? Não! E não é esse o melhor dos desafios do mundo? Melhorar nossa espécie e nisso envolver o que nos distingue de qualquer outro ser vivo, a comunicação... E que a comunicação seja arte, e que a arte nos aproxime, sempre... E que ao menos minimamente desconfiemos os verdadeiros significados na palavra arte e no que principalmente a podemos entender simplesmente como “Isso É arte”... (D. Sempiterno).

domingo, 19 de abril de 2009

MONTE CASTELO

FONTE: www.kboing.com.br
FONTE: Arquivo pessoal.

FONTE: www.yoomp.com


FONTE: www.ricardoborges.net/psicologia/memoria.ppt

FONTE: lindarzoska.wordpress.com
FONTE: www.fotolog.com
FONTE: olhares.aeiou.pt FONTE: galaka.wordpress.com
FONTE: 962cacac68404ce6.spaces.live.com

Revisando o texto de uma psicóloga (é, eu faço isso) fomos às discussões, e é claro, outras coisas foram conversadas que não o objeto do trabalho... E ela disse, à queima-roupa, “você é mosaico!”. Ou seja, uma profissional da mente conversou comigo, pela primeira vez, e aos cinco minutos de prosa, sem jamais ter visto nada meu, chamou-me, em outra palavra, de sempiterno, justamente meu sobrenome adotado. Conversei com um anjo chamado Elaine (todos, sem exceção, que a conhecem sabem por que podemos chamá-la de anjo) e ela disse: “você será para sempre amorosamente infeliz por que não se resolve do único amor que teve”. Ela está na conta dos dedos de uma única mão quando enumero as pessoas mais importantes de minha vida, e entre as qualidades que me levam a percebê-la desta forma estão a franqueza absoluta e a agudez de raciocínio sobre uma síntese final no tocante ao comportamento humano. Como todo mortal, ela erra as primeiras impressões, mas como um anjo, com doçura, percebe a essência final das coisas. Ela erra (sob meus conceitos) com a palavra amor, quando a meu respeito, porque distingo de forma diferente do comum a paixão e o amor. Aliás, de início não, porque de maneira geral as pessoas encaram a paixão como um sentimento avassalador e envolto em efemeridade e o amor duradouro e ao contrário da paixão, envolto e essenciado na perenidade. Ou seja, as paixões podem ser fortes, poderosas, mas são passageiras e o amor duradouro e forte, em outra maneira de ser. Mas para mim, e talvez para muitos outros, há uma sutil (ou não tão sutil) diferença nisso tudo. A paixão vem em primeira ordem no antagonismo ao amor e não o ódio. Sendo que o próprio ódio é em casos o rei das paixões. Acho que a paixão é o espelho do amor, é seu contrário... Podemos ser apaixonados a vida toda. E não digo a paixão intermitente, que é a constante reconstrução de um sentimento, como estimular a cada dia o gostar de alguém ou de algo. Não se trata disso, é natural... Brutal, titânica, “twística”. No final, considero a paixão com o mesmo poder do amor e igualmente rara. John Ratey, um psiquiatra havardiano, explicou o que são as síndromes silenciosas, reflexos unitários de determinadas doenças mentais como a comovente Síndrome de Dow e outras. Na época que li seu último texto, haviam catalogado quase quatrocentas doenças que infernizam a humanidade porque parecem simplesmente atos indisciplinados ou destemperos emocionais normais. Sim, um inferno, pois se com doentes muitas vezes não se tem a devida paciência, imagine-se com doentes que não parecem doentes. Qualquer pessoa com o mínimo de senso emotivo realmente verte lágrimas quentes ao verificar seus relatórios, verificar de maneira dolorida o quanto estamos distantes de nós mesmos; e o quanto as palavras amor e paixão são mal resolvidas entre nós. O quanto podemos machucar quem jamais deveriamos ferir nem de leve. A Elaine acerta em cheio, sou infeliz, como Dante, porque me apaixonei em 1987 e hoje, 2009, não vejo como me livrar disso. Não creio na impossibilidade, pois no campo sentimental as possibilidades são vastas e imprevisíveis... E pode me aparecer alguém capaz de desconstruir o diamante maldito. Mas, realmente Dante, infeliz apaixonado (Beatriz e a história toda) e Sempiterno (mosaico, sem início, sem fim, eterna colagem de retalhos sentimentais), é em mim o apelido perfeito. Mas, sou um homem de sorte porque reconheço em mim o que muitos não reconhecem em si. Sobre o trabalho de Ratey, o psiquiatra estadunidense, creio que serve para metaforizar o amor... Existem realmente muitos amores, mas são poucos em relação ao que muitos pensam que é o amor. Renato "chupou" (bem chupado, como ele fazia –ops... sem trocadilhos, ok?) Corínthios 13 e dá uma boa pista sobre o engano de muitos... Pois amar, puxa, deve ser lindo, deve ser tudo o que dizem e muito mais que muitos como eu jamais saberão... Mas muito, muito difícil, Deus e o Amor, oh mistérios eternamente desafiados, eternamente risonhos, eternamente distantes dos infelizes, enganosamente próximos, pois os tolos enganam-se entre o simples e complexo; oh Deus, oh amor, oh Beatriz... Monte Castelo... Ainda que eu falasse a língua dos homens, e a língua dos anjos, sem amor, eu nada seria... A não ser um mosaico, uma colagem de retratos memoriais perdidos na chuva do tempo... Monte Castelo, castelo... de cartas, de aço, esperando, a cada passo... Esperando... Monte Castelo... lágrimas, passos, aço... Passo...
CLIPE: MONTE CASTELO - LEGIÃO URBANA. FONTE youtube.com

sábado, 11 de abril de 2009

O QUE É UM BIOGRAFEMA? PODE SER UM OVO DE PÁSCOA?

FONTE: nejao666.spaces.live.com
FONTE: papodefacu.blogspot.com

FONTE: www.psikeba.com.ar

FONTE: www.cafeimpertinente.blogspot.com
FONTE: br.geocities.com FONTE:juolimpio.blogspot.com

FONTE: senhoradosul.blogspot.com
Putz, tanta gente deve ter escrito novamente sobre a páscoa... Alguns requentaram matéria do ano passado, outros bisbilhotaram matérias alheias e... requentaram também... Outros devem ter deixado para em cima da hora, “ah... falar da páscoa, moleza...”... E na correria, com cigarro acesso na boca, copão de café, começaram... ...bla, bla, bla... era uma festa tals, e tals, perdeu o sentido, e blaus, e blas, e blas... E no pensamento, (putz, que merda, será que ainda consigo um ovo pra fulana)... (Caramba, pra mim vou comprar aqueles amassados em promoção, na outra semana, é tudo chocolate...) Páscoa, Pode...?... os caras do capital conseguiram fazer essa, acreditar que coelho bota ovo... Mas é uma fogueira agregadora, até... e é empregadora... E afinal, é sempre assim, na falta do Amor Amor Mesmo, vai amor amor mesmo e deu...
O Roland Barthes é um nome preferencial até entre inimigos teóricos do campo das Letras. A faculdade me assustou um pouco sobre falar meio sem pensar, escrever sem muita reflexão... E principalmente, escrever sobre nomes sagrados sem base “sólida”... Mas a mesma faculdade me fez ver que há muita pompa e circunstância, e pior, muita gente que só trabalha com decoreba mesmo, com “está escrito...”. Logicamente falo de más exceções, felizmente a maioria dos professores que tive dão ao menos o benefício do silêncio à liberdade... Bem, o Roland Barthes é objeto do olhar de Leyla Perrone-Moisés num livro chamado Roland Barthes... ( ! ). Trata-se de trabalho biográfico, é de uma coletânea da Brasiliense, eu emprestei tantas vezes de uma maravilhosa amiga, a Ilma, que ela acabou me presenteando o livrinho azul. Ele é foto de um álbum meu de Orkut.
Nele a Leyla escreve (putz, “a Leyla”... vai vendo...) “De Sade, Barthes gostava de lembrar os punhos de renda branca; de Fourier, os vasos de flores entre os quais caiu morto; de Loyola, os belos olhos espanhóis. Biografemas...” Acho que já escrevi sobre isso... Mas, me deu vontade de lembrar isso em momento em que as memórias são tão importantes...
Eu adotei essa palavra com muita força assim que passei a conhecê-la. Para o próprio Barthes, o biografema nunca é uma verdade objetiva... Caramba, como gosto de verdades não objetivas, de coisas que são verdadeiras sem deixarem que as toquemos... Como uma virgindade teimosa e dolorida, gostosa, e eterna... e sempre nossa... Dizem que a virgindade física é uma defesa contra bactérias, vejam só que porcaria de frase: “ a virgindade é uma defesa contra bactérias”... Acho que se não existissem hímens, e o medo nas meninas antigas de as mães lhes olharem nas caras e ver escrito “já era”, simplesmente por causa de uma membranazinha descartável, o sentido de virgindade seria mais belo. A vaca está indo pro brejo na sociedade... Vamos comer tudo, e comer todos uns aos outros, e quando a igreja perceber a merda que fez não ajudando na natalidade consciente, aliás usando essa porcaria de natalidade a favor de marketing bobo, de clamar holofotes, já terão feito muito mais que matar Brunos e obrigar menininhas a serem mães. Hoje o gay enrustido Smith, disse pro Neo, pistoleiro de seus sonhos, com aquele tom de vilão de Sessão da Tarde: “...vocês não tem o comportamento de mamíferos, vocês são uma exceção... os mamíferos sempre tendem ao equilíbrio, vocês fodem com tudo (não foi bem assim que ele disse, mas foi esse o sentido)... Vocês acabam com as reservas naturais (aí teve algum dedo do Green Peace ou do Panda) e partem para outro lugar... Sabe que espécie age assim? E o Neo, com aquela eterna cara de bobo bonitão não respondeu... E o Smith tornou: “...vírus... Mr Anderson... vocês são vírus...” A virgindade (isso, meu texto é sempiterno, voltei para a virgindade) seria mais bonita, mais poética e preservável de importância... Se não fosse física. Sempre digo que jamais amei ou fui amado, e que para mim isso é uma impossibilidade. Mas se amasse, o caminho principal na fusão amorosa seria providenciar que minha amada estivesse virgem a cada vez que fizéssemos amor... Por favor, não pensem em coisas patéticas, quem simplesmente passa uns dias de abstinência planejada e depois manda brasa tem uma pista do que falo.
O biografema é uma unidade memorial, uma lembrança, uma aranha que fazia teia debaixo da mesa, uma xícara de louça da casa da vovó (eu tive “vó”, mas, respeitando a maioria, aí fica o vovó); um beijo que ninguém poderá saber; um perfume na memória, um dia no campo, um cão especial (pode ser gato, Menina do Horto); um relógio, ou "aquele" ovo de páscoa... Enfim, já perceberam o que é. Mas não aprisionem o biografema, soltem-no, tentem perceber que além das memórias que sempre se repetiram, ainda existem duas possibilidades maravilhosas... Uma: são as hipóteses reais (putz, e o pior é que é isso mesmo, e, ironicamente, se é hipótese, não é real...), ou seja, o que realmente poderia existir além de tudo que me lembro neste pedacinho memorial... Tinha aquele trincado na xícara, mas como trincou? Com o calor do chá de canela (ahhhh, o chá de canela...) Viram? Virão outras lembranças... Outra: pode ser o biografema, um poderoso construtor de fantasias, isso, coisas irreais, dadas às crianças como o maior de seus poderes e aos adultos que se mostram mais homens que os outros, menos selvagens, mais humanos. A memória é nossa soberana, ela não é prática, é a nossa salvação, será nosso renascimento, sempre, aqui e após a morte... Construa-as boas, preserve as melhores, será o DNA que o reconstruirá... Assim uns aconselharam... Acredito nisso... O presente um mero meio, o passado nosso eu mais verdadeiro e o futuro a hipótese, a esperança de ainda restar em nós vigor, energia, capacidade e sorte de fazer sempre algo um pouco melhor.
Vamos encerrar com a poderosa Leyla falando do poderoso Barthes:
“Esse mestre nunca assumia a mestria. Queria e conseguia que seu seminário fosse um círculo descentrado, que a palavra circulasse como no jogo de passar anel, que o ambiente de suas aulas não fosse um cenáculo, mas uma área de jogo, onde o saber se criava à margem do poder acadêmico, como um suplemento do prazer e do afeto”... ... “...se incomodava com os alunos que anotavam tudo, palavra por palavra. ‘Para quê?’perguntava ele...”; “...a diferença não é o conflito... o conflito é apenas o cenário realista, a paródia grosseira da diferença, uma fantasmagoria... A diferença, o que é? Que cada relação, pouco a pouco (é preciso tempo), se originalize: reencontre a originalidade dos corpos tomados um a um, quebre a reprodução dos papéis, a repetição dos discursos, desmonte toda encenação de prestígio, de rivalidade...”

"PENSEM...SEMPRE...PENSEM... NÃO SE EXTINGAM DE SI PRÓPRIOS... PENSEM, SIMPLESMENTE PENSEM, SEM NADA, SÓ PENSEM... COMO FLUTUAR... GRATUITAMENTE...PENSEM" (vários autores).

Kafka dizia que o universo não tem outra saída senão se explicar a quem pergunta com o silêncio total, com o pensamento descomprometido...

É, Ilma, você foi fantástica comigo me dando esse livro maravilhoso, valeu! :o) !

segunda-feira, 6 de abril de 2009

O AMOR NÃO É NADA, É TUDO; NÃO É TUDO, É NADA

FONTE: www.blu-ray.com
FONTE: konteudo.wordpress.com

paraiso.bravehost.com


FONTE: cadernodemensagens.net


FONTE: www.wallpaperbase.com


FONTE: www.adorocinema.com.br


FONTE: arttoheartweb.com

FONTE: gorgeousforgod.com

FONTE: www.fraternidaderosacruz.org

FONTE: meusromancesblog.blogspot.com

Estou feliz de ter sido encontrado por minha amiga Angélica. Tenho certeza que ela representará uma nova força nos meus projetos literários, principalmente nos ajustes estruturais e necessárias colocações de pontos de vista pragmáticos, além de emprestar sua particular visão no que tange à prosa poética. Assim como eu, ela é outra admiradora da linha Zanelatto de pensamentos literários e outros, e tem uma fome inesgotável na busca das razões da arte, especialmente praticada pela escrita. A Angélica é dessas pessoas perfeccionistas, que gostam de ir ao extremo do acuro em lavrar algo, e agradecerei aos céus se em sua apertada agenda colocar espaços para dar atenção às verificações em meus escritos romanescos e poéticos. Sempre digo, se eu tivesse mil filhos, gostaria que todos tivessem ela como professora em algum momento, suas colocações claras sobre qualquer ponto, seus discursos didáticos são invejáveis. Seja bem vinda Angélica, toda vez que vier aqui, e espero que venhas sempre, e traga outros :o)...


Bobagem pensarmos que somos realmente capazes de escrever sobre o amor. Ainda bem, pois isso sustenta das mais simplórias coisas, como as composições new-sertanejas repetindo infinitamente as mesmas frases e estas sempre com vigor suficiente para que as pessoas ajam como periquitos faceiros, até as composições shakespearianas; para irmos logo aos exemplos mais fáceis da mensageira por excelência dos amores e ódios, a arte. Bobagem pensarmos que podemos saber realmente e realmente saber escrever sobre o amor; e estranhamente é isso que justamente nos leva a falar e escrever tanto sobre ele. E os benefícios de o amor não poder ser domado em sua conceituação não são, obviamente, somente esses. Até mesmo as conquistas todas, as possibilidades teológicas, e até mercadológicas – vamos colocar juntas essas palavras que nunca se deram tão bem como em nossos dias-. Falar de amor é como transformar tudo em nós ou outros e o que há dos outros em nós, em um momento. Como se de repente o coração, a mente e o espírito pudessem ter um fantástico espelho, de muitas dimensões. Então, apesar de ser bobagem pensar que existe a possibilidade, não é bobagem a tentativa. E creio que nisso todos são iguais, todos fazem momento ou outro uma reflexão séria sobre o amor, e claro, com todos os outros sentimentos que ele desperta, inclusive seu contrário, o ódio... Sim porque são separados por margem tão estreita que muitas vezes parecem aliados ou às vezes um o outro.
Posso dizer que para mim o amor representa o fracasso. Fracassei com a pessoa que mais amo no mundo, fracassei com meu filho. Fracassei com a Elaine, e ela foi talvez o que mais próximo cheguei do amor conjugal, e a prova definitiva de que amar me representa o impossível. Infelizmente a perdi para sempre, como perdi outras mulheres maravilhosas que passaram pela minha vida de homem de sorte em conquistar, fracassado em manter. Um dia me disseram uma coisa boba, mas, como esses dizeres bobinhos sempre trazem uma armadilha feroz, reparei que não era exceção: “É mais fácil conquistar mil mulheres que conquistar a mesma mulher duas vezes”.
Enfim, fracassei com Deus, fracassei com meu filho, com meus pais e com meu irmão, fracassei com a Elaine, fracassei com o Luís, o Rone, e outros entre os melhores amigos que tive na vida. E creio que fracassarei com o amor às Letras e com a Literatura. Paro! Olho! Indago... A mim, à solidão à frente de meus olhos quando saio na varandinha à noite e olho o que chamo de “Quem é você?”, olhos luminosos no azul escuro e oscilante, no céu. Fracassei comigo mesmo... Eu precisava de amor para conseguir honrar a sorte chamada vida, mas algo aconteceu... Não sei quando, como, mas em algum lugar na linha de minha vida, todas as chances sobre o amor desapareceram. Nas igrejas, na voz dos homens que falam em Deus nada encontrei que me fizesse contratar realmente com Ele, em minha busca solitária por Ele e na vontade de servi-lo, no final virou tudo interpretação literária ou poética (o que não deixa de ser maravilhoso), mas nada de amor... Bem que tive rompantes maravilhosos de algo que jamais poderia explicar, em minha busca a Deus em lugares e situações extremamente solitárias... Isolado na mata sob chuvas torrenciais, passeando sobre gigantescas pedras praianas em dias solitários no sul de Florianópolis, em Campeche, onde Saint Exupery esteve, olhando meu filho dormir de boca fechada, quase sorrindo, sereno, em sonhos, na beleza inexplicável de algumas mulheres maravilhosas, na voz da música erudita ou do rock... Sempre sozinho, sempre sozinho...
Se fracassei com o amor, também fracassei com o ódio, meu ódio nunca durou... Tenho ressentimentos antigos, solidificados, mas todos úteis para a poesia. Nenhum de meus ódios sobreviveu como ódio, propriamente dito. Não consegui odiar nem quem tentou efetivamente me matar, não odiei quem com a frieza matou por anos tudo que de melhor havia em mim... Nem quem sistematicamente pisoteou ou esnobou quando devia entender e atender, ou quem devia simplesmente dizer: “siga adiante”. Não consegui odiar a personificação total da mesquinhez, defeito humano ao qual mais meu coração devota espanto e recusa, talvez um tipo complexo de nojo.
Já, quanto às paixões, não posso reclamar... Para um cara de latinha tão normal quanto eu, tenho uma lista (perdoem-me as feministas) que daria inveja a muitos atores famosos... Eu realmente tive mulheres lindas em meus braços, em minha cama, em meus lábios... A começar pela mãe de meu filho, ela tinha treze anos e eu vinte três quando a vi, namoramos quando ela tinha catorze, e quando ela percebeu a seriedade de minha parte, me deixou por um ano, durante o qual eu tive uma loira do RS de apelido Angélica (preciso explicar a beleza dela?). Parecerei patético, mas não tenho outra forma de falar sobre minha sorte, eu realmente tive namoradas lindas, e muitas. E algumas foram realmente apaixonadas por mim e me amariam até o final da vida se eu tivesse sabido lidar com o amor. Minhas paixões foram febris, virulentas, eu consumia até o final tudo que me despertava paixão... Corrompia sexualmente todas que entrassem em meu mundo, exceção àquelas que são realmente incorruptíveis e não entendem o sabor da barbárie sexual. Quando digo isso não me refiro às mumunhas de Sade, aquilo tudo para mim, explorado até por programinhas chulos das tardes de domingão (tiazinhas da vida). Refiro-me a uma barbárie refinada, nada de absurdo. Mas peraê... O sexo, por si é absurdo, então, vamos deixar isso tudo aí mal acabado e mal escrito mesmo. Lembrei de Erasmo (De Roterdã) inferindo sobre os estóicos e de como será que seriam suas caretas nos momentos sexuais, quando a todos é impossível escapar do “ridículo”, do “louco” da situação.
Sobre o amor, Cristo representa a reforma para muitos. Acho que é sim, não de Cristo somente, mas mérito de muitos homens destacáveis, Rousseau, por exemplo, além do Homem-Deus, o nascimento da compaixão. Se a compaixão e a ética se tornarem o objeto do homem, a humanidade se salvará de Tomas Hobbes, ou seja, de si próprio. Isso sim, talvez seja o tal do amor.
Sobre a capacidade de o poeta transformar a mulher real na poesia, penso que Dante merece ser desafiado, pois recriou todos os mundos celestiais e infernais só para reescrever um nome de cinco Letras, Beatriz, nomezinho que incomodou até Luis, Jorge Luis Borges.
Casanova comeu todo mundo, será que amou alguém?
Todos dizem eu te amo, é o que disse Woody Allen, vale a pena ver porque. Assistam...
Taj Mahal ou os Jardins Suspensos? Bem, sabe, eu tive muita vontade de fazer amor com nenhuma das duas que incendiaram essas arquiteturas pelos seus hérculeos amantes, mas com uma mulher que dizem que foi nariguda, e que Isidore Ducasse deu grande importância e disse, distorcendo o Santo Pascal, “O nariz de Ceópatra, se houvesse sido mais curto, toda a face da terra teria mudado”. Imaginem o tesão (aqui, registre-se com justiça a moralidade presente no Word, o editor automático, aquele da linhazinha trêmula verde, tentou trocar a palavra tesão por excitação... rss) que sentiram César e Marco Antônio. Porque se não são muito mais as pompas bem engendradas, que vão desde a arte correta da maquiagem e do vestir até o jogo dos gestos e palavras de uma mulher de verdade, suas curtas, médias e longas estratégias na construção de suas histórias, o que faz com que todo o sangue do homem trabalhe abrindo um teatro mental que explode todas as torres morais internas e o faz parecer um animal ensandecido pelo cheiro escondido no ar... (e não me venham dizer que escrevi pornografia barata, por favor, trabalhem bem o “cheiro escondido no ar”, não é um cio animal, pura e simplesmente... Trata-se de querer muito, desejar muito, ao extremo, uma mulher. Eu desejei tanto uma, que a obsessão gerou um romance de mais de 300 páginas (será publicado, e creiam, é um história linda) e uma amizade fantástica. Se fizemos amor? Graças aos céus, neste caso a doce obsessão foi atendida, e como...
Garfield diz que ama Arlene, mas disse a ela: “Você é o segundo gato que mais amo!”, e a bobinha ainda perguntou, “quem é o primeiro?”...
Que pena, não posso perguntar para essa geração: “Você chorou quando Clarke Gable beijou Vivien Light?”. Pena, acho que não posso nem mesmo perguntar, “você chorou quando Richard Gere chegou numa limusine Branca, e se borrando de medo enfrentou seu pânico com alturas para ir à busca de seu verdadeiro amor, numa prostituta das ruas de Bervely Hills...?” Nestes dias não sei porque choram de emoção, na arte, os jovens...
Eu conheci o Paraíso, conheci o Purgatório e conheci tão de perto o Inferno que concordei com Baudelaire sobre o truque do Diabo, mas não conheci o amor, nunca deixei que me amassem, jamais amei alguém. Talvez seja porque os diabos dos escritores, mesmo os de rodapé, como eu, têm mesmo é uma cruz para carregar, viver as vidas alheias, tão alheias que constroem personagens e distorcem a realidade transformando as mulheres em deusas e os homens em diabos. E o Ricardo lembra Wilde “O mistério do amor é maior que o mistério da morte”. Ele acabou há pouco uma Skol 500 ml, é formado em Letras, é músico e compõe,... Sabe de amor, de poesia, poesia e amor... Talvez saiba mais que nós, pois músicos guardam segredos tão bem que nem mesmo escritores conseguem esmiuçar. Discordou aqui o Ricardo dizendo “...na realidade a música empresta da literatura...” Viram, essa discussão vai longe... um milhão de blogadas adiante, não só minhas, é claro...


UMA LINDA MULHER


domingo, 29 de março de 2009

SÓ A VERDADE É QUE LIBERTA

FONTE: www.artincorporated.com
FONTE: cantotortomusicapoesia.blogspot.com

FONTE: tech4pc.net
FONTE: lh4.google.com

FONTE: fotosfr.blogs.sapo.pt

FONTE: www.punknet.com.br

Não tenho dúvida alguma de que a inteligência e a conceituação são irmãs tão próximas que o domínio conceitual geral se confunde com inteligência e intelectualidade. Irmãs siamesas, com independências restritas, influência constante de uma para outra. Aliás, a alguns (pois variados são os leitores deste blog) é até insultante fazer afirmação tão óbvia. Mas, como dizia o grande filósofo Manfredini, o óbvio sempre, sem exceção alguma, é apenas aparente. E ele deu provas materiais disso ao se tornar o maior poeta nacional de todos os tempos até aqui, pois poesia com música é poesia a mais, sobretudo porque varre corações em todas as estações e de todas amarguras ou doçuras, mediocridades ou inteligências. Amo o Chico, mas o Renato é Punk, no melhor dos sentidos que o punk empresta a uma linguagem que o menospreza ou simplesmente despreza por conta de desviar-se das chances tão maiores de sermos realmente humanos. Pop-poeta-rock-punk, Renato Russo soube captar de forma absoluta qual é a voz espiritual perfeita. Ter medo dos sentidos da palavra perfeição não esteve em seu espírito arrojado. Lembremo-nos que a música Perfeição (que a mim revela um toque da influência de Rilke: “...eu celebro, eu celebro...”) além de ser realmente perfeita complementa outra estonteante, “Índios”. Onde um índio diz ao homem “comum”... “Peraê, você está me dizendo que tem um deus que é um e ao mesmo tempo é três? Até aí é pra mim muito estranho, mas entendo meio que torto e enfumaçado, o que não consigo entender é como e porque vocês mataram um desses três”... “E esse mesmo Deus, foi morto por vocês...”. Perfeição é uma poesia crítica urbana fina, Renato tem várias outras mais brutais (o desconcertante Faroeste Caboclo, por exemplo) ou com apuro mais aberto (Há tempos); é um escrito e dito, e cantado, tão estonteante que se os cretinos que ultrapassam a exceção e engordam e brincam de política enquanto massacram a ética, pudessem realmente receber em ondas musicais a realidade que dá base à poesia da letra em suas almas, pediriam clemência aos diabos e a Deus e recomeçariam tudo do zero. .. “...Só a verdade é que liberta... Nosso futuro recomeça, venha que o que vem é perfeição...”. E essa música certamente não teria efeito apenas na parcela ruim dos políticos, na qual é mais fácil de atirar pedras genéricas, ela também chacoalharia o coração de qualquer um que ao menos miseravelmente reflita sobre essa arte musical em tempos tão pobres de rock, de grupos tão abertamente vendidinhos por pouco a troco de pouco, tão levados por um pop que não honra nem mesmo a caricatura tosca dos melhores anos em que se fez música pop rock. Reflita com Renato nestes tempos próximos ao seu aniversário, dia 27 de março ele faria 49 anos. Morreu jovem como James Jean, mas pobre James e tantos outros artistas só cobertos de fama e quase nada de glória... Renato não foi famoso, foi e é glorioso, tem a Glória dos Generais primordiais em história, que fizeram diferença pelo fato de, sobretudo, serem árduos, férreos, sobre suas próprias vontades e naturezas... Cada um que chegue às conclusões ricas que podem vir de uma conversa séria e paradoxalmente livre entre ouvido e sons, olhos e letras, ouvidos e letras e sons vindos da magia manfrediniana... Em 1998 morreu Juan Brossa, felizmente, antes disso esse poeta catalão escreveu entre suas poesias “...Amor, neste poema não existe o tempo: todo o curso do Universo nele se dá de uma vez”. Micro composição que me esclareceu o poder presente nas palavras, capazes de acomodarem um universo dentro de poucas de si. Mas Renato não é menor que Brossa e talvez convivam um celestial átrio comum; a que todos deveriam invejar e não aos dos bobos que acham que uma pobre Hiluxx ou rica Ferrari (isoladas de contexto) são a chave do universo.

DELE:

Tinha o Fê, que estudava na Cultura Inglesa e tinha voltado da Inglaterra. Ele era meio hippie — tinha barba, cabelo comprido, mas usava calças rasgadas. Uma coisa híbrida — hippie com punk. E Sex Pistols daqui, Sex Pistols dali... Até que pintou o dia em que eu estava na Taberna e veio descendo um punk com a namorada dele, um Sid Vicious loiro: era o André Pretorius. Eu cheguei para ele e a primeira coisa que eu falei foi: "Você gosta dos Sex Pistols?". E ele: "Sex Pistols! Yeah! Jóia!". E começamos a trocar informações. Eu tinha acabado de receber o segundo LP do Clash [Give'en enough rope] e ele, o primeiro compacto do PIL. Isso já devia ser 78. Então, bem: "Vamos formar uma banda?". Aí formamos o Aborto Elétrico — ele tocava guitarra e eu, baixo. Eu fiquei enchendo meu pai para ele me comprar um instrumento. Foi meio difícil, mas eu estava trabalhando e juntei uma grana, ele me ajudou, e comprei um baixo. (1989).

AMIZADE ENTRE AS PESSOAS QUE OUVIAM ROCK — gozado, porque são as grandes amizades que eu tenho até hoje —, o elo foi a música. Tenho um grande amigo em Brasília. Outro dia, estávamos conversando e eu perguntei: "Como a gente ficou amigo?". E ele me contou que tinha voltado de Paris com uns discos e eu disse: "Oh, discos novos na cidade!". Importados e tal. Aí, eu fui lá catar alguns e ficamos amigos. (1989)

AMIZADE É QUANDO você encontra uma pessoa que olha na mesma direção que você, compartilha a vida contigo e te respeita como você é. Uma pessoa com a qual você não precisa ter segredos e que goste até dos teus defeitos. Basicamente, é aquela pessoa com quem você quer compartilhar os bons momentos e os maus, também. (1995)

Aí em cima, em itálico e negrito, é só um cafezinho do conteúdo do Livro Renato de A a Z, excelente peça para leitor ou não leitor que o leia. O livro é da Editora Letra Livre e foi publicado em 2000.


MÚSICA PERFEIÇÃO:

Vamos celebrar/A estupidez humana/A estupidez de todas as nações/O meu país e sua corja de assassinos/Covardes, estupradores e ladrões.../Vamos celebrar a estupidez do povo/Nossa polícia e televisão/Vamos celebrar nosso governo/E nosso estado que não é nação.../Celebrar a juventude sem escolas/As crianças mortas/Celebrar nossa desunião...Vamos celebrar Eros e Thanatos/Persephone e Hades/Vamos celebrar nossa tristeza/Vamos celebrar nossa vaidade...Vamos comemorar como idiotas/A cada fevereiro e feriado/Todos os mortos nas estradas/Os mortos por falta de hospitais.../Vamos celebrar nossa justiça/A ganância e a difamação/Vamos celebrar os preconceitos/O voto dos analfabetos/Comemorar a água podre/E todos os impostos/Queimadas, mentiras/E seqüestros.../Nosso castelo de cartas marcadas/O trabalho escravo/Nosso pequeno universoT/oda a hipocrisia e toda a afetação/Todo roubo e toda indiferença/Vamos celebrar epidemias/É a festa da torcida campeã.../Vamos celebrar a fome/Não ter a quem ouvir/Não se ter a quem amar/Vamos alimentar o que é maldade/Vamos machucar o coração.../Vamos celebrar nossa bandeira/Nosso passado de absurdos gloriosos/Tudo que é gratuito e feio/Tudo o que é normal/Vamos cantar juntos/O hino nacional/A lágrima é verdadeira/Vamos celebrar nossa saudade/Comemorar a nossa solidão.../Vamos festejar a inveja/A intolerância/A incompreensão/Vamos festejar a violência/E esquecer a nossa gente/Que trabalhou honestamente a vida inteira/E agora não tem mais direito a nada.../Vamos celebrar a aberração de toda a nossa falta de bom senso/Nosso descaso por educação/Vamos celebrar o horror de tudo isto/Com festa, velório e caixão/Tá tudo morto e enterrado agora/Já que também podemos celebrar/A estupidez de quem cantou essa canção...Venha! Meu coração está com pressa/Quando a esperança está dispersa/Só a verdade me liberta/Chega de maldade e ilusão/Venha!O amor tem sempre a porta aberta/E vem chegando a primavera/Nosso futuro recomeça/Venha!Que o que vem é Perfeição!...


E neste endereço: http://letras.terra.com.br/renato-russo/ constam 239 músicas do RenatoRusso/Legião Urbana para que escolham alguma(s) para reflexão sobre todos os ditos do Legião e dele.

Conceitos, conceituar algo é inteligente, por isso a metodologia científica exige invariavelmente as conceituações gerais e específicas. Conceituar algo, saber o máximo até as fronteiras dos núcleos realmente proibidos (necessariamente proibidos) desse algo...

Inteligência: ver como é, com a verdade, e se adequar e agir coerentemente... Conceitos e Inteligência, tão irmãos...
CLIQUE DUAS VEZES OU MAIS, SE FOR PRECISO, NO PLAYZINHO, PARA VER O CLIP. SE ELE NÃO ESTÁ APARECENDO, INSTALE UMA SUÍTE DE CODECS, HÁ VÁRIOS NO BAIXAKI.



ATENÇÃO, QUEM GOSTA MESMO DE LEGIÃO URBANA. VEM AÍ UM TRABALHO DO ALESSANDRO (RUSSO), BOM, FORTE, VALERÁ A PENA SE ENVOLVER. ANUNCIAREI AQUI.

quinta-feira, 5 de março de 2009

AINDA SHAKESPEARE - THE SHIELD

FONTE: www.entertainmentwallpaper.com
FONTE: g1.globo.com

FONTE: edgarb.blogspot.com


FONTE: ditospelomaldito.blogspot.com


"SÓ SEI QUE NADA SEI..." FONTE: admin.opovo.com.br

Sou muito ruim para decorar as coisas. Fórmulas, onde deixei as chaves, que dia é o aniversário de não sei quem, quem é que estudou isso ou aquilo e jogou merda no ventilador do teórico anterior. Uma vez, nesta coisa de ter tornado a arte meu nicho de fuga da realidade, cismei que seria músico. Arrumei um violão velho e embalei-me na esperança de vir a ser um Joe Sartriani, ou ao menos uma caricatura do Raul. Gosto do Raul, (Seixas), gosto da música dele, da maneira como lidou com a simplicidade complexa das letras e harmonia sonora. Acho que o maior problema do Raul são seus fãs. “Toca uma do Raul aê!!!” é uma frase que esfria a região da batata das pernas de gerentes de boteco: “...se derem uma batita tô f...”. Li num dos livrinhos de música que viraram doação após a desistência de minha promissora carreira de músico, que os fãs de Raul quase o lincharam como impostor de si próprio num show onde apareceu aos trapos em aparência carnal e roupas... Mas deixemos claro que nem só de marofeiros é feito o séquito raulista. E também bastante claro que o fato de ser marofeiro não manda automaticamente alguém para o Inferno. Que a droga é uma merda, qualquer coisa em contrário é papo furado, mas é óbvio que o cara que fuma erva pode ser bom sujeito; e há muitos. E quando afirmo isso estou falando do cara que não fica um só dia sem queimar alguns até a última ponta e não dos saudosistas hippies ou eventualistas. Pois bem, entre outras coisas que fui desanimando com música é que realmente não consigo decorar as letras por muito tempo... Ainda mais se tinha que enfrentar público para içar o letrado... Meu irmão um dia comentou: “É incrível que se lembre com perfeição o roteiro de algo que leu ou viu há décadas e se esqueça onde há pouco deixou um treco ou um mero endereço”. Mas é que uma história que li “lá...” na cartilha “Caminho Suave”, nos iniciais anos setenta tem coordenadas sentimentais. Minha memória é feita de emoção. Só consigo lembrar com eficiência aquilo que de alguma forma, bem ou mal, me emocionou e cuja emoção não foi feita de uma explosão, de um impacto apenas, mas de uma costura de pontos. Acho que isso, entre tantas outras “cositas mas” é que me afasta das novelinhas da globo. Pois se a verossimilhança é golpeada durante a linguagem artística, que resta? Frases independentes, coisas assim meio “prompts”. Tudo que na arte é dinástico traz a ausência de uma necessária refrigeração, oxigenação, e do principal, a renovação. Não há como uma redoma ser espaço onde surja algo realmente bom como “The Shield” (seriado muito, mas muito bom, tão bom que a revista Entertaimente Wekly o colocou como o programa número 29 entre os 100 melhores da televisão dos últimos 25 anos. Mais uma? É a primeira série/drama a receber um Globo de Ouro na história). Quando houver realmente democracia (ô palavrinha dura de usar, ô palavrinha tão espezinhada... tão vilipendiada, tão fodida, diga-se, mas tão boa) onde hoje é um cirquinho particular onde todos são belinhos, cheirozinhos, perfeitinhos, com dialogozinhos tão fofinhos, com choros tão chorinhos, com dramaturgias tão exageradinhas, poderá renascer e apresentar uma arte que seja ao menos do porte de Chaves; que mostrou que a qualidade dos atores é essencial à representação artística. Não curto (ao menos por enquanto) o que li de Manoel de Barros, mas uma notícia não confirmada dele me agrada. Disse-me um amigo que ele é fã de Chaves (sem querer querendo...). A arte agradece... Eu não poderia jamais ser um ator, isso me faz ainda mais admirador daqueles que o conseguem... Mas ator ok? Não uns caras que não conseguem atuar melhor nem mesmo que participantes dum treco chamado Big Brother. Caramba! Mas, um grande professor disse que gosta de novelas, isso me fez pensar em muitas coisas. Não é só ele de grande qualificação perceptivo-artística que gosta, aí reclamo uma melhor percepção de minha parte, porque realmente a dramaturgia brasileira me parece muito fraca, e vivente apenas de exceções, no que se refere à novelas e filmes. E exceção para mim é gente do porte de Raul Cortez, esse sim, grande ator, Não conheço o “grande teatro”, do pouco que vi não me animei em seguir adiante. Sem dar nomes, tem certas “unanimidades” que o gordão das tardes bobas de domingo chama de “monstro sagrado da TV Brasileira”, que a mim não diz nada. Ainda sou medíocre, me olha ali da estante, decepcionado, Derrida indagando: “até quando? Até quando?”.
Nota: recebi um slide musical e textual maravilhoso da Prof. Sandra Hahn, que iluminou com as cores primaveris e outras o meu olhar que sempre pede a natureza floral e o que nela é inspirado e a cerca. E presente no belo objeto o providencial alerta “Só sei que nada sei”... Quem quiser e não o tem, peça e com prazer envio.

Obrigado pelo tempo que me dão, vocês, que mais que os outros o tem tão precioso, com justa razão. Até a próxima!


FONTE: Youtube .